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UA, CPLP e União Europeia preocupadas com dissolução do parlamento da Guiné-Bissau
A União Africana, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia manifestaram esta terça-feira, 05, preocupação com a dissolução do parlamento da Guiné-Bissau, ontem, após confrontos entre a Guarda Nacional e o exército causarem pelo menos dois mortos na capital, Bissau.
O presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, “condenou veementemente a recente violência na Guiné-Bissau”, que foi descrita como uma “tentativa de golpe de Estado” pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, tendo decidido dissolver o parlamento.
Num comunicado de imprensa divulgado na rede social X, Moussa Faki Mahamat diz ter registado “com preocupação a dissolução” do parlamento, tendo apelado, igualmente, ao governo e às partes interessadas “para darem prioridade ao diálogo”.
No mesmo diapasão, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) refere que está a acompanhar “com preocupação os recentes acontecimentos na Guiné-Bissau, envolvendo as forças de defesa e segurança daquele Estado-membro”.
Num comunicado emitido pelo gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades de São Tomé e Príncipe, Gareth Haddad do Espírito Santo Guadalupe, país que ocupa a presidência rotativa da CPLP, a organização “apela ao respeito dos princípios do Estado de direito democrático e da separação de poderes, particularmente, o da independência da Justiça, conforme consagrados na sua respectiva Lei fundamental”.
Por sua vez, a União Europeia, em declarações à Lusa, disse “estar preocupada com os últimos acontecimentos na Guiné-Bissau”:
“Pedimos a todos os intervenientes políticos para resolverem a situação política e administrativa do país de acordo com a Constituição e as leis relevantes do país”, disse um porta-voz da Comissão Europeia.
O presidente guineense Umaro Sissoco Embaló decidiu esta segunda-feira, 04, dissolver o parlamento, por considerar “um golpe de Estado” o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária local, na noite de quinta-feira. Ambos estavam detidos devido a um alegado caso de corrupção.
O Presidente da República da Guiné-Bissau tomou a decisão após uma reunião do Conselho de Estado que, entretanto, não contou com a presença do presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, que considerou que a decisão do Chefe de Estado guineense de dissolver o órgão “é um golpe de Estado constitucional”, menos de um ano após a constituição da Assembleia.