Sociedade
Tribunal de Contas notifica INAGBE por pagamentos milionários injustificados
O Tribunal de Contas emitiu uma notificação para o prazo de 20 dias, para o Chefe de Departamento de Bolsas Externas, Kiafuca Maleta Diedone, explicar pagamentos indevidos de valores milionários efectuados em 2022. A notificação surge depois de uma auditoria externa feita ao INAGBE por uma equipa de peritos em gestão de empresas, economistas e um jurista.
Só para Portugal, maior destino dos valores, foram mais de 10.097.448.567.635 euros. Todos os valores foram movimentados na conta BPI nº 8-6075304-000-002, de Portugal, sendo 10.097.444,37 euros em transferência, 103.495.00 de levantamento em via ATM, 5.274.898,49 euros referente a pagamentos a funcionários em SAE, 167.338,72 euros de pagamento em cheques, 17.384,84 euros de pagamentos via cartão business gold dual, 2.250.00 euros de pagamento no supermercado Continente e 2.270,00 euros de pagamento no supermercado Pingo Doce.
Para a República Federativa da Rússia, o INAGBE efectuou pagamentos de 280.116,77 euros e para Cuba o montante foi de 234.000,00 dólares americanos.
Todos esses movimentos financeiros, de acordo com o Tribunal de Contas, foram feitos sem o suporte documental, o que contraria as orientações previstas no Decreto Presidencial nº 292/18, de de Dezembro.
Nos montantes em moeda nacional, o Kwanza, o Tribunal de Contas detectou que o Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudos efectuou pagamentos de KZ 836.752.689,58, a favor de diversos fornecedores de bens e serviços, sem no entanto, nenhum documento de suporte.
Para a Conta do Banco BAI nº 074271571.10003 foram feitas diversas transferências bancárias, totalizando o montante de KZ 32.903.854,74 também sem suporte documental.
Na mesma conta constatou-se a existência de ordens de pagamento para a compra de moeda estrangeira, sem no entanto, os despachos de viagem, lista com assinatura dos beneficiários e bilhetes de passagem, que atestem a movimentação de KZ 9.612.769,12.
Numa outra conta BAI, nº 056169663.50.001 fez-se o pagamento de KZ 8.259.000,00 referentes a carregamentos de cartões de combustiveis, sem qualquer factura e recibos.
O INAGBE movimentou também KZ 2.981.537.200,00 e KZ 5.478.697.500,00 em contas do BAI e do BPC respectivamente, referentes ao pagamento de bolsa de estudos internas, e cujos documentos apresentados são instruções de pagamentos, quando deveriam, de acordo com o Tribunal, ser suportados por uma informação emitida pelo banco no final de cada mês, com a lista dos nomes dos bolseiros e os respectivos montantes de subsídios atribuidos a cada estudante.
Um total de KZ 7.533.590.850,00 é o valor que o INAGBE transferiu através da conta nº 074271571.10.004 para pagamento de bolsas de estudos internas sem que fossem apresentados os documentos de suporte com a lista dos bolseiros.
O INAGBE pagou também KZ 178.011.000,00 de bolsa de estudos internas ao programa RETFOP através da conta BAI 074271571.10002 com os mesmos problemas de falta de suporto documental.
De acordo com o relatório geral, a que o Correio da Kianda teve acesso, outros quadros séniores do INAGBE estão susceptiveis de eventais responsabilidades financeiras, nomeadamente, o Director Geral Milton Chivela, o director geral adjunto Paulino Celestino Kamgoma, o chefe de Departaemento de Bolsas Internas Domingos Joaquim António.
Estão também susceptíveis à essas responsabilidades, os chefes do Departamento de Recrutamento e selecção de Estudantes, Gildo Araújo Ferreira Bumba, a Chefe de Departamento Administração e serviços gerais, Maria polónia Mvumbi. Ainda os chefes de sector de Cuba, Eugénio dos Santos Novais, de Rússia, Manuel Cadete e um técnico de contabilidade do sector Portugal, Salvador Mateus.
Mario
20/02/2025 em 10:55 pm
Adoro informações
Anónimo
21/02/2025 em 8:23 am
Com esses roubos todos, matam a minha esperança de um dia conseguir uma bolsa de estudo exterior e acabam por prejudicar muito futuros quadros de Angola. Ora que muitos que têm estas mesmas bolsas de estudo nem sequer vêm dinheiro para os subsídios em alguns meses. Sempre por causa dos atrasos de pagamento, alguns até vêm se comprometidos com às instituições por falta de pagamento… Lamentável! Que corrupção! “Melhorar o que está mal”