Opinião
Tribalismo “Rosto no Lugar da Moeda”
O tribalismo pode ser definido como uma situação caracterizada por costumes e crenças tribais. Pode ser também a maneira como uma pessoa comporta-se face a lealdade perante a sua tribo do que das pessoas dentro ou fora do seu círculo de amizade num dado país.
Uma tribo depende de uma estrutura social que pode variar de tamanho, devido a uma estrutura simples ou poucas distinções sociais entre os seus membros.
Tribalismo requer uma forte convicção a sua identidade cultural ou étnica que dá credibilidade a separação dos seus membros dos demais grupos que influencie um amplo sentimento de identidade onde haja condição necessária para a consecução de uma sociedade tribal. Este acto pressupõe o regresso as civilizações primitivas concernentes aos hábitos, costumes e crenças de cada sociedade.
O regresso ou interesse ao tribalismo tornou-se claro a partir dos anos 60 no século XX com a formação de pequenos núcleos sociais nas mais vastas cidades indígenas por falta de apoio necessário de organismos relativamente ao estado. Núcleos que faziam parte das belas artes nas sociedades modernas.
Segundo o sociólogo francês Michel Maffesoli estes núcleos estavam ligados ao “hedonismo”, que em filosofia é considerada a doutrina que atribui ao prazer uma predominância, quer de facto quer de direito. “O gosto pelo belo ou o desfrute desordenado do momento” tudo quanto é admissível mas fora da racionalidade e preocupações reais. Na fase pós moderna, ainda o mesmo autor ao desenvolver a sua obra à respeito do fenómeno acima descrito, descreve a importância do indivíduo referindo-se na substituição de outro objecto. Ao fazer menção a importância e louvores ao homem, vê o tribalismo como um facto pós-moderno em que muitos escritores na altura relataram nos seus trabalhos como “modo de abstracção e de defesa contra a estrutura racionalista que não conseguiu suprir as necessidades heterogéneas e massiva do ser humano”.
Contudo, isso significa que no caso de Angola, as pessoas devem levar em conta aquilo de que o povo gosta ou não gosta. Aquilo que todo povo estima nunca será um guia de divergência mas sim aquilo que não gosta na qual tem de se ter atenção e ir a busca de soluções. Apesar de Angola ser um espaço vasto, é onde cabe vários povos e nações. É onde todo mundo deleita-se sendo comum este lugar territorial. Mas, segundo a história do país e com base no comentário de pessoas mais adultas, uns afirmam tratar-se de uma colonização das mentes outros por questões relacionadas aos problemas étnicos pelo motivo de alguns grupos étnicos se acharem superiores aos outros como consequência de tabus em valorizar o outrem.
Os naturais das províncias do norte afirmam ser melhor que os outros em questões de discurso, beleza, firmeza ou condições de vida. Outros casos estão relacionados as situações da autonomia do poder. Para escolher ou indicar uma pessoa para um determinado trabalho é preferível que este/esta seja no entanto seu conterrâneo ou aliada da sua terra de origem. O que prova estarem ainda a viver e a sentir na pele a amplitude deste facto, realidade que sem medida poderá arrastar as futuras gerações ao calabouço do complexo de superioridade face a exaltação da sua identidade e rejeição do outro, num autêntico tribalismo como “rosto no lugar da moeda”.