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Três organizações internacionais unidas para resolver conflitos na RCA

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Uma missão conjunta de três organizações internacionais chegou ontem à República Centro-Africana (RCA), com os seus representantes a indicarem que pretendem trabalhar com o Presidente do país para que “haja paz estável” neste país.

A delegação encabeçada pelos representantes de Nações Unidas (ONU), Jean-Pierre Lacroix, União Europeia (UE), Rita Laranjinha, e Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), Bankole Adeoye, chegou ontem ao aeroporto internacional da capital centro-africana, Bangui, segundo um comunicado emitido pela organização da ONU no país, a Minusca.

“Estamos aqui em solidariedade para com as organizações da comunidade internacional, representadas pela União Africana, União Europeia e Nações Unidas para enviar uma mensagem forte de solidariedade da comunidade internacional em prol da estabilidade e da paz neste país”, referiu o comissário para os Assuntos Políticos, Paz e Segurança da CEEAC, Bangole Adeoye.

Segundo o representante da comunidade da União Africana (UA), a comunidade internacional “está pronta para continuar o seu compromisso para com a RCA para a paz e estabilidade”.

“Estamos a acompanhar de muito perto o progresso dos direitos humanos e a estabilidade neste país”, afirmou o embaixador, que referiu que “é tempo de todos os atores, todos os interessados, trabalharem para um diálogo republicano inclusivo, incluindo o Presidente da República [Faustin-Archange Touadéra], a sociedade civil e as mulheres, para que haja uma estabilidade verdadeiramente permanente neste país”.

Adeoye reforçou que as três instituições estão na RCA para “trabalhar com o Presidente Touadéra para que haja uma paz estável neste país com todos os atores presentes”.

Nesse sentido, o emissário destacou o papel da Minusca e reiterou a vontade do presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, que “acredita que só através de um diálogo inclusivo” é que se poderá estabelecer “uma paz duradoura” na RCA.

Jean-Pierre Lacroix, secretário-geral-adjunto das Nações Unidas e responsável pelas operações de manutenção de paz, reiterou a necessidade de “trabalhar em conjunto por uma paz duradoura para que a população possa, finalmente, gozar de estabilidade e segurança” na RCA.

Já a diplomata portuguesa Rita Laranjinha, diretora do Serviço Europeu de Ação Externa (SAEA), disse estar “muito feliz” por representar a UE junto da União Africana e da ONU e sublinhou o “empenho comum na estabilização da situação na RCA”.

Após concordar com as palavras de Adeoye e de Lacroix, Laranjinha acrescentou que “a UE está há muito empenhada na estabilidade da RCA”.

“Nos últimos anos temos cooperado muito com as autoridades da RCA e estamos empenhados em permanecer associados aos nossos parceiros internacionais a fim de trabalhar em conjunto para a reconciliação nacional, para o diálogo e para a estabilização deste país”, concluiu.

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então chefe de Estado, François Bozizé, por grupos armados reunidos na Séléka, o que suscitou a reação de outras milícias, agrupadas numa coligação anti-Balaka.

Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.

Por Lusa