Ligar-se a nós

Sociedade

Trabalhadores angolanos retidos há três meses numa empresa em Viana

Publicado

em

Há três meses um grupo de jovens, trabalhadores de uma empresa que dedica-se ao fabrico de plásticos, na zona do Kikuxi, em Viana, Luanda, encontra-se a trabalhar como se fossem prisioneiros, sem poder ver as suas famílias, por negação dos proprietários da referida empresa, cujo o nome não nos foi avançado aquando da denúncia.

Segundo o denunciante, que contactou o Correio da Kianda, na manhã desta quarta-feira, 02, a referida fábrica de plásticos, fica situada na zona do Kikuxi, nas proximidades da Refriango, bem ao lado do canal de irrigação do Kikuxi, e usa como logotipo nas suas produções de fabrico, como banheiras, a marca V e G.

O jovem denunciante, que identificou-se apenas pelo nome de Sukula, relatou ao nosso jornal serem aproximadamente 40 funcionários angolanos, que estão a ser impedidos pelos responsáveis da referida fábrica, cidadãos de nacionalidade chinesa, de regressarem às suas residências no fim de cada de dia de trabalho, alegando temerem, que ao regressarem à empresa, venham infectados com o vírus da covid-19.

“Somos no total 40 trabalhadores que estamos aqui desde o início da pandemia, proibidos de regressarmos às nossas casas em cada fim do dia. E os chineses, que são os nossos patrões e responsáveis dessa empresa, têm nos dito que quem for em casa perde o emprego. Tornamo-nos quase trabalhadores angolanos, escravos dos chineses”, denuncia.

A situação tem estado a criar embaraço nas suas vidas, por estarem cada vez mais distante das suas famílias há mais de 90 dias.

Com o medo de perder o emprego, num momento difícil como este que o país atravessa, sujeitar-se aos patrões chineses, com as ordens de proibição de regressar à casa, tem sido a solução.

“Desde o mês que foi decretado o Estado de Emergência, em Março, que os chineses não nos permitem ir para as nossas casas. E quando dizes que tens uma preocupação, eles obrigam-nos a pagar 20 mil kwanzas, alegando ser um valor para que, quando regressar, o trabalhador lhe seja efectuado o teste da covid-19, mas é tudo mentira”, relata.

Radio Correio Kianda




© 2017 - 2022 Todos os direitos reservados a Correio Kianda. | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Ficha Técnica - Estatuto Editorial RGPD