Mundo
Togo: Novo dia de mobilização em Lomé em clima tenso
Na capital togolesa, milhares de manifestantes saíram às ruas, começando a sua marcha em três pontos de diferentes de partida para convergir na baia da capital togolesa.
“Não estou cansado e nunca estarei cansado sem que a luta termine. Mesmo se for para marchar todos os dias, estarei na rua”, afirmou à AFP a jovem motorista de moto-taxi, Elie Zikla.
O ambiente estava mais tenso que durante as manifestações da véspera em vários bairros onde se passavam as marchas.
“Os manifestantes bloquearam a estrada desde Gakpoto até ao colégio Saint-Joseph com barricadas de pedras que impediam as pessoas de circular”, disse à AFP AImé Adi, director da Amnistia Internacional no Togo.
No bairro Atikoumé em Lomé, jovens furiosos rejeitaram seguir o itinerário previsto pelos líderes da oposição e afirmaram querer bloquear as vias, constatou a AFP.
No norte do país, várias marchas agruparam milhares de pessoas como em Sokodé, Bafilo, Dapaong, segundo testemunhos de moradores à AFP.
Porém, nenhuma manifestação ocorreu em Mango no extremo norte do Togo, onde um adolescente tinha sido morto durante a manifestação de 20 de Setembro, e onde a oposição denunciou “expedições punitivas” do exército togolês que aterrorizava a população.
Desde finais de Agosto, é a sétima grande jornada de manifestação organizada pela oposição para obter reformas que instauram a limitação dos mandatos presidências e a retirada do presidente Gnassingbé.
Os líderes da coligação de 14 partidos políticos que estão na origem desta manifestação popular baptizaram esta jornada de “Marcha da fúria”.
Desde Setembro, o governo tentou um gesto para apaziguar submetendo à aprovação do Parlamento um projecto de reforma da constituição que prevê principalmente a limitação para dois os mandatos presidenciais.
Mas a oposição boicotou a votação do texto, denunciando um texto que ia ao encontro das suas reivindicações, que não era retroactivo, o que permitiria ao presidente concorrer a dois novos mandatos à partir de 2020.
A revisão da Constituição – baseada no projecto de lei governamental – será objecto de referendo “até ao fim do ano “, segundo uma fonte próxima da presidência.