“Terceiro mandato de João Lourenço é quase uma hipótese nula”, diz politólogo

“O ajuste do Estatuto do MPLA pode ser interpretado no sentido de reorganizar melhor as estruturas e adaptar a organização aos desafios futuros”.

A afirmação é do politólogo Agostinho Sicato, em reacção a um dos temas que vai constar na Agenda do VIII Congresso Extraordinário do MPLA, aprovado na reunião do Comité Central desta quarta-feira, 09.

Em declarações à Rádio Correio da Kianda, Agostinho Sicato afirmou que, o MPLA tem em si uma responsabilidade de manutenção de poder, diante de adversários não muito favoráveis como a UNITA, que está de facto à altura de assumir o poder, e constitui uma ameaça, por isso interessa reajustar melhor e aproveitar aqueles factores que ainda lhes são favoráveis.

O politólogo entende que do ponto de vista identitário, há uma necessidade do partido se redesenhar, e se identificar melhor.

Sicato acrescentou que, não parece que o terceiro mandato de João Lourenço seja uma hipótese possível, ou seja, o terceiro mandato, é quase uma hipótese nula, porque a constituição já não lhe permite.

Em gesto de conclusão, Agostinho Sicato, entende que, os reajustes dos estatutos nos partidos políticos são normais, pois são adaptações aos desafios que os partidos políticos têm de enfrentar.

“E no caso concreto do MPLA, há desafios relevantes, desde a implementação das autarquias, que até constou do seu próprio programa eleitoral”, disse.

O Ajustamento dos Estatutos do MPLA e a tese “Desde a independência até aos dias de hoje – Os desafios do futuro” estão entre os pontos aprovados ontem, na Reunião do Comité Central para serem acrescentados a Agenda do VIII Congresso Extraordinário do MPLA, aprazado para Dezembro próximo.

No seu discurso, João Lourenço referiu-se à política “como um jogo e como em qualquer jogo ou competição só vencem as equipas cujos jogadores ou atletas se submetem à organização e disciplina do colectivo e respeitam as regras do jogo e a orientação da equipa técnica”.