Economia
Terceira fase da greve pode penalizar economia do país, advertem especialistas
As posições divergentes do Executivo angolano e das Centrais Sindicais, em torno da não implementação do reajuste salarial de 25% em Janeiro deste ano, e as possíveis consequências da greve, que pode ser decretada em Fevereiro, depois das assembleias provinciais, foi o tema em debate esta segunda-feira, 13, no espaço “Tem a Palavra”, do programa informativo Capital Central da Rádio Correio da Kianda.
Inconformado, o sociólogo Agostinho Paulo questionou se “esta é a Angola pela qual lutaram os heróis da independência”.
“Ficamos estupendos quando um intelectual instrumentalizado aparece junto dos microfones da televisão a anunciar que por conta do mau cálculo e má interpretação jurídica não será possível o incremento de 25%”, disse e questionou: “será que os angolanos nunca merecerão viver bem no nosso próprio país?”
Por seu turno, o sindicalista e politólogo, Victorino Matias, considerou de injusto o adiamento do reajuste salarial, ressaltando que a missão dos governantes de defender os interesses do povo é posta em causa.
“Precisamos entender que tipos de seriedade têm aqueles que nos dirigem. O povo angolano já vive em situações tão precárias, reduzidos a categoria de cães”, avançou Victorino Matias.
E, no entender do economista Pedro Cajama, a realização da greve prevista na função pública, como consequência do adiamento do aumento salarial, pode ter inúmeras repercussões para o país.
“Se o país para, são milhões de dólares ou biliões que vão deixar de ser investidos”, argumentou.
Segundo ele, “se olharmos para as empresas que operam localmente, uma paralisação vai fazer com que haja uma diminuição dos funcionários. Isso também vai acarretar um custo para essas empresas.
“Se nós queremos ser um país de excelência, temos que dar dignidade aos nossos trabalhadores ”, considerou.
Recorde-se que, em Maio de 2024, o Governo e três centrais sindicais chegaram a acordo, após várias fases de uma greve geral na função pública, sendo um dos pontos acordados o aumento salarial de 25% para os funcionários públicos, a vigorar a partir de Janeiro deste ano. No entanto, este foi adiado para o próximo mês de Março.
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