África
Tensões entre Argélia e Marrocos podem causar instabilidade regional, afirma analista
O especialista em relações internacionais Adalberto Malú afirmou que esta expulsão do vice-cônsul marroquino, feita pela Argélia, ocorre num contexto bilateral já marcado por tensões históricas e disputas geopolíticas entre os dois países vizinhos, o que representa uma escalada de acções de retaliação por parte do governo Argel.
O especialista disse por outro lado que reforça a postura argelina de linha dura sinalizando determinação em confrontar iniciativas marroquinas consideradas desestabilizadoras.
Adalberto Malú antevê em caso de agravamento das tensões, a Argélia a usar a sua capacidade energética para isolar Marrocos, um cenário que na sua visão a rivalidade pode transbordar para terceiros países como a Líbia ou Mali onde ambos apoiam facções opostas exacerbando a instabilidade regional.
O especialista afirma por isto que a ausência de mecanismos de mediação sugere uma prolongada guerra fria “magrebina” com impactos transaccionais, causando insegurança na região e afectar o desenvolvimento económico.
Foi declarado esta quinta-feira, 27, pelo Governo argelino “persona non grata” o vice-cônsul marroquino em Oram e deu-lhe 48 horas para abandonar o território argelino.
Em causa estariam acusações de violação de leis nacionais e internacionais e de demonstrar comportamentos “incompatíveis” com as funções.
De acordo ainda com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Argélia, divulgado pela imprensa local, o chefe interino do consulado marroquino em Argel, Khalid Chihani, foi já notificado sobre a decisão tomada em relação ao vice-cônsul em Orão, a pouco mais de 400 quilómetros a oeste de Argel.