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“Temos forte expectativa de mais investimento directo chinês na nossa economia” – Massano
“Angola conseguiu obter garantias de desenvolvimentos que vão continuar e linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, aqui também com o Banco de Desenvolvimento da China”, disse o ministro de Estado para a Coordenação Económica, este domingo, em Shandong.
José Massano, prestou declarações no quadro da visita oficial de três dias que o Presidente da República, João Lourenço, acompanhado por uma delegação composta por cinco ministros, efectuou ao país oriental, na semana finda.
Garantiu que a visita não teve como objectivo pedir moratória à China da dívida angolana fixada em cerca de 17 mil milhões de dólares norte-americanos, sendo que 12 mil milhões de dólares americanos foram contraídos junto do Banco de Desenvolvimento Chinês (CDB) e do EximBank, com colateral petróleo e cláusulas de reembolso que sobrecarregam o serviço da dívida.
“O calendário não é alterado, mas o que passará agora a acontecer é que as nossas prestações, em que parte delas serviam para constituir uma reserva de garantia, essa reserva passa a ser mais baixa, permitindo libertar, em média, por mês, algo em torno de Usd 150/200 milhões”, avançou, realçando “a grande flexibilidade que encontramos das instituições financeiras chinesas, que compreenderam o nosso contexto, o histórico da relação e o facto de não termos situações de incumprimento. Isso permitiu-lhes ter maior confiança”.
Com esta flexibilidade, continuou Massano, “há um interesse maior em apoiar o sector privado, particularmente as pequenas e médias empresas. Também se registaram resultados muito positivos, porque houve um número considerado de empresas chinesas (estão entre as maiores do mundo) interessadas em apostar em Angola, nos sectores da saúde, agricultura, indústria militar e indústria têxtil”.
“Temos, por isso, forte expectativa de mais investimento directo chinês na nossa economia, ajudando a enfrentar os grandes desafios que o país vai tendo”, ressaltou.
China pede mais segurança em Angola para seus cidadãos
Esta garantia foi dada pelo Presidente da China. Após encontro com João Lourenço, Xi Jinping reforçou que o seu país “está pronto para trabalhar com o lado angolano para implementar projectos-chave de infra-estruturas, apoiar empresas chinesas competentes a realizarem várias formas de cooperação em Angola e ajudar o país a avançar na modernização agrícola, industrialização e diversificação económica.”
Entretanto, disse esperar que “Angola tome medidas mais eficazes para garantir os direitos e interesses legítimos e a segurança dos cidadãos e empresas da China”, instou.
Por outro lado, acrescentou que “Angola é bem-vinda para introduzir mais produtos de qualidade para a China através de plataformas como a Exposição Internacional de Importação da China e a Exposição Econômica e Comercial China-África”.
Xi Jinping garantiu, igualmente, que “a China continuará a enviar equipas médicas para Angola e a implementar outros projectos, a fornecer bolsas de estudo a estudantes angolanos e a reforçar o intercâmbio e a amizade entre pessoas”.
Em 2022, China e Angola celebraram conjuntamente o 40º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas, ao que Xi Jinping disse que “as relações entre os dois países resistiram ao teste das vicissitudes internacionais e beneficiaram os dois povos”, num leve comentário sobre a recente aproximação de Angola aos Estados Unidos da América.
“Em um mundo que está a passar por transformações e reviravoltas, os dois lados devem manter sua amizade tradicional, fortalecer a solidariedade e a cooperação, apoiar firmemente um ao outro e alcançar o desenvolvimento comum”, destacou Xi Jinping.
Após três dias de intensa actividade política, económica e diplomática, João Lourenço deixou ontem Beijing, de regresso a Luanda, numa viagem marcada pela assinatura de vários acordos e relançamento da cooperação bilateral e parceria estratégica entre os dois Estados.
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