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Taxistas de Madrid anunciam greve por tempo indeterminado a partir de 2ª feira
Os taxistas de Madrid anunciaram nesta quinta-feira uma greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, justamente na semana em que começa a Feira Internacional de Turismo (Fitur), uma das mais importantes do mundo, e a Semana de Moda da capital espanhola.
A grande maioria de profissionais do setor apoiou a medida de protesto numa consulta convocada pelas associações mais representativas entre os trabalhadores.
A greve vai prolongar-se enquanto as administrações não tomarem medidas “contundentes” e “tranquilizadoras” para regular as licenças dos veículos de aluguel com motorista (VTC, com plataformas digitais como Uber e Cabify), uma questão polémica que já causou greves e mobilizações de taxistas de toda Espanha em 2018.
As associações informaram hoje que 8.492 taxistas (ao redor da metade dos que operam em Madrid) participaram na consulta organizada nos últimos dois dias.
No total, 75,9% votaram a favor da greve indefinida e 18,7% mostraram-se partidários de convocar interrupções parciais de maneira programada e concreta.
O presidente da associação Fedetaxi, Miguel Ángel Leal, explicou que nos próximos dias vão ser estudados os serviços mínimos durante as jornadas de greve, e pediu “perdão aos cidadãos” pelas moléstias.
Para os taxistas, segundo Leal, deixar de trabalhar representa “um prejuízo”, mas recalcou ao setor não resta “outra saída” do que adotar iniciativas deste cunho porque está “em risco de sobrevivência”.
A princípio, a greve irá coincidir com a Fitur, entre os dias 23 e 27 de janeiro, e a Semana da Moda (24-29), dois eventos que reúnem em Madrid uma grande quantidade de público espanhol e estrangeiro entre profissionais e visitantes.
A denominada “guerra dos táxis” começou a ganhar forma com a proliferação de licenças de VTC, algo que os taxistas consideram uma concorrência desleal.
O conflito foi interrompido enquanto o Governo aprovava uma norma para regular os VTC, que agora deve ser tramitada como lei no Parlamento nacional.
Em Madrid, taxistas pedem às autoridades regionais que exerçam os poderes regulatórios que este regulamento estatal concede às comunidades autónomas.
O Governo regional, por sua vez, prefere esperar que a lei seja aprovada no Congresso para evitar o risco de que a regulação autónoma possa contradizer a estatal.
EFE