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TAP deve 10 Milhões de Euros a Angola por esquema de lavagem de dinheiro
A TAP foi usada num esquema de corrupção, branqueamento e falsificação de documentos, com origem na Sonair, a transportadora angolana que pertence à petrolífera Sonangol. A operação gerou uma divida de dez milhões de euros da companhia aérea portuguesa a Angola, segundo o Público, que teve acesso à acusação do Ministério Público.
O esquema de lavagem de dinheiro terá sido organizado em beneficio de dirigentes da Sonangol, com ajuda de um administrador da transportadora portuguesa.
O Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) acusou três advogados e quatro pessoas ligadas à TAP por crimes de “corrupção activa com prejuízo no comércio internacional, branqueamento e falsificação de documentos”.
O documento da acusação explica que a Sonair pagou à TAP elevadas quantias – durante quatro anos, até 2013 – para que a transportadora aérea nacional lhe fizesse a manutenção dos aviões. Contudo, de acordo com o Ministério Público, não foi prestado nenhum serviço. “A Sonair nunca exigiu a prática de qualquer trabalho de manutenção dos motores das aeronaves, pois, na realidade, não se pretendia a realização dessa prestação contratual”.
Worldair, a falsa empresa
Para que os dinheiros públicos angolanos chegassem às pessoas da Sonangol foi criada uma empresa “de fachada” com sede em Inglaterra, a Worldair – que fazia de intermediária entre a TAP e a Sonair, cobrando uma elevada comissão, explicou o referido jornal.
“A Worldair não possui uma estrutura própria para a prestação de quaisquer serviços – limitando-se a proceder à emissão de facturas – e os pagamentos que recebe são depois repartidos por diversas contas de entidades em offshore cujos beneficiários finais são pessoas conexas com a Sonangol”, escreveu o DCIAP.
No total, a TAP terá recebido 25 milhões de euros da Sonair, sendo que 18 milhões se destinavam à Worldair, “por serviços de consultoria”.
Sábado / Correio da Kianda