TRANSPORTES
TAAG pondera continuidade do contrato com a Hi-fly
A Presidente do Conselho de Administração da TAAG, Ana Major, anunciou, na semana finda, o retorno dos Boeing 777 da companhia nacional de bandeira, para pôr fim, de forma faseada, ao contrato de alugar à Hi-fly.
Foi na sequência da turbulência que ocorreu na última quinta-feira, 23, no voo DT 652 Luanda-Lisboa, que a Presidente do Conselho de Administração da TAAG, Ana Major, anunciou “para breve” o regresso das aeronaves do tipo Boeing 777 da TAAG, ao serviço da companhia para as ligações internacionais, levando a ponderação da continuidade do contrato com a espanhola Hi-fly.
A turbulência que afectou o avião da Hi-fly, ao serviço da TAAG, quando sobrevoava o território da República Democrática do Congo causou ferimentos aos passageiros e tripulantes, com destaque para dois graves, um dos quais com uma perna partida e foram encaminhados à uma unidade hospitalar logo apois a aterragem no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Em entrevista à Televisão Pública de Angola (TPA), a PCA da TAAG, Ana Major, começou por dizer que “vamos, nesta altura, começar o faseamento da retirada das aeronaves da Hi-fly”, sublinhando, entretanto, a utilidade que aquela companhia europeia deu à TAAG, “num momento em que permitiu assegurar os serviços e a continuidade das operações”.
Ana Major, adiantou que o contrato está “perto do fim” para voltar “a ver de novo as nossas aeronaves a voar nos céus de Angola e do Mundo muito em breve”.
Já o Administrador Não-Executivo da TAAG, Rui Carreira, disse, também à TPA que o contrato inicial da TAAG foi de apenas três meses, para fazer face aos desafios provocados pela pandemia da Covid-19, mas a falta de resposta ao mercado, para a manutenção das aeronaves e dos serviços, obrigou a um alargamento do prazo de vigência do contrato.
Rui Carreira reconhece, no entanto que, que a companhia espanhola não conseguiu superar as expectativas, sobre a regularidade e pontualidade dos voos, a qualidade dos serviços e do valor do preço do bilhete de passagem.
“Há problemas de irregularidades de voos, e isso é um facto, não vale apenas tapar o sol com a peneira, mas eu acredito que são situações que poderão melhorar com o tempo, também, as pessoas sabem que este contrato não é para durar eterno, é limitado no tempo”, disse.
Segundo o responsável, a falta de resposta no fornecimento de material aeronáutico esteve na base do prolongamento do ‘leasing’.
“Temos de reconhecer que a qualidade dos serviços -pelas reclamações que temos recebido dos nossos clientes- não tem sido melhor”, afirmou.
Questionado se chegou o momento para se ponderar o contrato, Rui Carreira responde dizendo que “eu acredito que sim. Acredito que a Comissão Executiva da TAAG esteja a tomar nota de todas essas ocorrências e melhor saber a tomar as melhores decisões”.
Sobre o anúncio do retorno dos aviões do Tipo Boeing 777 da TAAG, anunciado pela PCA, Rui Carreira disse que “nós recebemos com bom agrado esta notícia”.
Explicou que a decisão de recorrer aos serviços da companhia europeia para operar voos da TAAG, deveu-se ao facto de os fornecedores de serviços aeronáuticos se terem mostrado incapazes de atender todos os seus clientes, incluindo a angolana, “entre as grandes”, na altura em que se retornava as actividades da aviação comercial, depois de largos meses em terra, por conta da pandemia.
Ainda sobre o retorno aos céus, das aeronaves da TAAG, o Administrador Não Executivo da companhia aérea de bandeira espera uma melhoria na qualidade dos serviços e dos preços dos bilhetes de viagem para os clientes, pelo facto de que “todo p contrato de leasing é muito honeroso. É muito melhor operamos com a nossa própria frota, com as nossas próprias aeronaves porque as temos, não estão neste momento disponíveis para operar”.
“Com a entrada dos nossos próprios Boeings nós, com as nossas tripulações, claro que poderá haver uma maior empatia, com os nossos tripulantes com os nossos passageiros, e todo os esforços estamos a fazer para que com a entrada desses serviços também existam uma correspondência na melhoria dos serviços”, finalizou.