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Sudão do Sul: armas de fogo matam mais de 800 pessoas em seis meses

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Um total de 877 pessoas, entre as quais 277 civis, morreu no Sudão do Sul nos primeiros seis meses de 2025 devido a “incidentes de violência com armas de fogo”.

Os dados foram avançados, esta terça-feira, por uma ONG local, Rede Cidadã pela Democracia (OCND, na sigla em inglês).

No seu relatório semestral, intitulado Projeto Truth Lab, a organização avança que estes incidentes de violência estão principalmente relacionados com o roubo de gado, conflitos intercomunitários e actividades criminosas.

De acordo com o relatório, “a violência com armas de fogo causou 877 mortes, das quais 277 foram civis, 597 soldados e três estrangeiros, principalmente empresários emboscados na estrada enquanto transportavam as suas mercadorias”.

Durante todo o ano de 2024, a organização documentou a morte de 755 pessoas por esses motivos no país, pelo que apenas na primeira metade de 2025 registou-se um aumento de 16% das mortes por armas de fogo em relação a todo o ano anterior.

A ONG sul-sudanesa mostrou-se alarmada com o aumento destes incidentes, dos quais reportou 114 em todo o país, que atribuiu a “roubos de gado, conflitos entre comunidades e intracomunitários, actividades criminosas ou relacionadas com gangues, operações governamentais de contra insurgência ou suicídios”.

“No entanto, também existem outros factores subjacentes, como a instabilidade política e a falta de um Estado de direito”, acrescentou a OCND, que lamentou que esses casos de violência persistam “apesar dos esforços dos parceiros e do Governo para reduzir o conflito na maior parte do país”.

Assim, a ONG recomendou que o Governo “materialize programas estratégicos de Desarmamento, Desmobilização, Reinserção (DDR) em todo o país”, ao mesmo tempo que pediu para que o mesmo fortaleça o Estado de direito e os programas comunitários para reduzir os casos de criminalidade.

Por último, pediu ainda ao Governo para abordar a crise económica, uma vez que é um factor que contribui para a violência, assim como para investir em programas de literacia mediática e de informação para responder ao crescente discurso de ódio e à desinformação.

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