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Sudão: cessar-fogo para evacuação de estrangeiros termina hoje. Angolanos já em Luanda
As forças militares rivais do Sudão acusaram-se mutuamente de novas violações de um cessar-fogo que deve expirar este domingo, enquanto o conflito mortal continua pela terceira semana, apesar dos alertas de um deslize para uma guerra civil catastrófica.
Centenas de pessoas foram mortas e milhares ficaram feridas desde que uma longa luta pelo poder entre o exército sudanês e as Forças paramilitares de Apoio Rápido (RSF) entrou em conflito em 15 de Abril.
Trancados em uma batalha por Cartum, a capital do Sudão no Nilo, as partes lutaram apesar de uma série de cessar-fogos garantidos por mediadores, incluindo os Estados Unidos, o último dos quais expira hoje.
A situação em Cartum, onde o exército tem lutado contra as forças RSF entrincheiradas em áreas residenciais, estava relativamente calma na manhã de hoje, disse um jornalista da Reuters, depois que fortes confrontos foram ouvidos na noite de sábado perto do centro da cidade.
O exército sudanês disse neste domingo que destruiu comboios RSF que se deslocavam para Cartum pelo Oeste. A RSF disse que o exército usou artilharia e aviões de guerra para atacar suas posições em várias áreas da província de Cartum.
Em uma aparente tentativa de aumentar suas forças na capital, o exército disse no sábado que a Polícia da Reserva Central havia começado a se posicionar no sul de Cartum e seria mobilizada gradualmente em outras áreas da capital.
A Polícia Central de Reserva é uma divisão grande e fortemente armada da força policial do Sudão que tem experiência de combate em conflitos na região oeste de Darfur e nas montanhas Nuba, no Sul do Sudão.
Em março de 2022, os Estados Unidos impuseram sanções à Central Reserve Police, acusando-a de usar força excessiva contra manifestantes que se manifestavam em Cartum e outros lugares contra um golpe militar de 2021.
Estudantes angolanos de regresso a Luanda
Conforme avançado pelo Correio da Kianda, os dez estudantes angolanos que estavam no Sudão já encontram-se em Luanda, desde sexta-feira, 28. Em declarações à imprensa, o representante dos grupo em Cartum, Roque Kuima, lembrou que o processo de saída da capital do Sudão até a Etiópia “não foi fácil”, sublinhando que os jovens correram perigo de vida durante todo o trajecto.
“Estávamos em perigo. Graças a Deus chegámos a território nacional muito bem, pela ajuda do Estado angolano. Nós não tínhamos possibilidade de nos deslocarmos à Universidade Internacional do Sudão, que é em Cartum. Através das indicações da Embaixada da Etiópia, da África do Sul e do Egipto, conseguimos chegar até à fronteira de entre o Sudão e a Etiópia”, disse.
Também em declarações à imprensa, a directora do Instituto das Comunidades Angolanas no Exterior e Serviços Consulares, Maria Filomena António, informou que todos os angolanos que estavam em Cartum foram evacuados, classificando o processo como “um sucesso”.
“Fizemos um trabalho conjunto, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros Sul Africano, e foi nesta condição que um grupo entrou pela fronteira do Egipto, interagiram com a embaixada, foram recebidos e outro grupo de cinco entraram pela fronteira da Etiópia”, explicou.