Economia
Sonangol quer refinarias em quatro anos
A Sonangol vai trabalhar de forma célere, com um total de 23 empresas a serem contratadas, para concluir a Refinaria do Lobito e construir a Refinaria de Cabinda, nos próximo quatro anos.
A petrolífera angolana pretende, com esses projectos, aumentar a produção de refinados e reduzir os custos de importação com os derivados do petróleo.
O tempo estimado nas propostas das empresas, que serão contratadas para financiar e construir as infra-estruturas, aponta para dois anos a conclusão da Refinaria de Cabinda, por ser de menor porte, e cinco a quatro anos para terminar as obras da Refinaria do Lobito, cuja sua construção começou em 2013.
Segundo o presidente do conselho de administração da Sonangol, Carlos Saturnino, que avançou os dados nesta quarta-feira, em conferência de imprensa, quando entrar em actividade a Refinaria do Lobito terá capacidade para processar 200 mil barris de petróleo/dia.
Esta previsão será aprimorada quando estiver concluída e seleccionadas as empresas que vão trabalhar na parte de engenharia das respectivas refinarias. Além do Lobito e de Cabinda, as 23 empresas a contratar participarão na remodelação da Refinaria de Luanda, a mais antiga do país.
O gestor da Sonangol explicou que a orientação do Governo é acelerar e concretizar este desafio no tempo curto possível, tendo assegurado que as empresas disponíveis estão interessadas a aceitar o desafio, indispensável para o aumento da produção de refinados em Angola.
Com a entrada em funcionamento das Refinarias do Lobito e de Cabinda, o país contará com três refinarias. Actualmente, tem em funcionamento a Refinaria de Luanda, que produz 20 porcento de combustível, sendo que 80% deste produto ainda é importado.
A 10 deste mês, o Presidente da República, João Lourenço, criou um grupo de trabalho para avaliar as propostas financeiras, económicas e técnicas para investimento e construção de novas refinarias no país.
No total, foram recepcionadas pelo grupo de trabalho 63 propostas, das quais 23 já seleccionadas. O dossier foi submetido nesta quarta-feira ao Executivo Angolano.
Das 23 propostas seleccionadas, seis são para a Refinaria do Lobito e quatro para a Reginaria de Cabinda. As restantes são para a Refinaria de Luanda.
Entretanto, durante a conferência de imprensa o PCA da Sonangol e os seus colaboradores apresentaram o quadro actual da empresa, que enfrenta sérias debilidades na aquisição dos refinados em dólares e pagamento de dívida ao Estado e parceiros internacionais.
Apesar das dificuldades encontradas, o conselho de administração da Sonangol mostrou-se optimista na recuperação da imagem da empresa, com vista a continuar a ser uma concessionária de capital importância para o desenvolvimento do país.
A conferência de imprensa enquadrou-se nas comemorações dos 42 anos da Sonangol, celebrados no dia 25 deste mês.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África a Sul do Shara, depois da Nigéria, com uma produção média de 1,6 milhões de barris/dia.