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Sergio Moro renuncia por ‘interferências políticas’ de Bolsonaro

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O ministro da Justiça e da Segurança Pública do brasil, Sergio Moro, símbolo da luta contra a corrupção, anunciou sua demissão nesta sexta-feira (24), após denunciar uma tentativa de “interferência política” por parte do presidente Jair Bolsonaro, mergulhando o governo em uma nova crise em meio à pandemia do novo coronavírus.

A gota d’água para a sua decisão, segundo Moro, foi a destituição do diretor-geral da Polícia Federal (PF), órgão independente de investigação subordinado ao ministério da Justiça, publicada de madrugada no Diário Oficial.

“O presidente me disse mais de uma vez que ele queria ter uma pessoa do contato pessoal dele [na Polícia Federal], que ele pudesse ligar, colher relatórios de Inteligência. Realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações devem ser preservadas”, denunciou Moro em coletiva de imprensa em Brasília.

Também afirmou que Bolsonaro disse estar “preocupado” com algumas investigações em andamento e que esta foi uma das razões pelas quais queria mudar o chefe da PF, Maurício Valeixo, nomeado por Moro.

O agora ex-ministro alertou o presidente de que se tratava de uma mudança injustificada e que implicaria uma “interferência política” na instituição, mas Bolsonaro seguiu adiante com seu plano.

“Este acto foi um sinal de que o presidente me quer fora do cargo”, acrescentou Moro, que esperava que Bolsonaro cumprisse sua promessa de lhe dar total liberdade para nomear seus assessores, incluindo o diretor-geral da PF.

A renúncia de Moro, o ministro mais popular de todo o gabinete, derrubou a Bolsa de São Paulo em 8% e fez a cotação do dólar disparar, chegando a estratosféricos 5,70 reais.

Também gerou críticas no meio político, entre elas a do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que afirmou no Twitter que Bolsonaro “está cavando sua fossa” e chegou a pedir sua renúncia.

No mesmo Twitter, Bolsonaro anunciou que fará um pronunciamento às 17h para “restabelecer a verdade” sobre a renúncia de Moro.

Moro é o segundo ministro-chave que sai do governo nas últimas semanas. O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido após insistir na necessidade de manter medidas de distanciamento social horizontal para enfrentar a pandemia do novo coronavírus, contrariando o parecer de Bolsonaro.

 

AFP

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