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Senado dos EUA absolve Trump no processo de destituição
O Senado dos Estados Unidos absolveu esta quarta-feira o presidente do país, Donald Trump, no processo de destituição aberto contra ele na Câmara dos Representantes.
Trump foi absolvido das acusações de abuso de poder e obstrução ao Congresso. Com isso, vai continuar no poder e poderá disputar a reeleição nas eleições de 3 de novembro.
Os senadores, que atuaram como juízes no processo, absolveram Trump por 52 votos a 48 da primeira acusação por abuso de poder.
Nesta votação, os democratas tiveram o surpreendente apoio do republicano Mitt Romney, o primeiro senador da história do país a apoiar a destituição de um presidente do seu partido.
Na segunda acusação, de obstrução ao Congresso, foram 53 votos pela absolvição de Trump da denúncia, contra 47 -todos de democratas- pelo afastamento do presidente do poder.
Para destituir Trump, os democratas precisavam de dois terços dos votos do Senado (67) em qualquer uma das duas acusações elaboradas pela Câmara dos Representantes.
Antes da votação, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, tentou, sem sucesso, fazer um último apelo para convencer os republicanos a votarem a favor do “impeachment” de Trump.
“O Senado deveria condenar o presidente Trump, expulsá-lo da presidência e desqualificá-lo para manter o cargo no futuro. Esta é a primeira destituição da história em que nenhuma testemunha foi ouvida”, afirmou Schumer.
“Se as mentiras que ele não gosta são falsas, se mentir nas eleições é aceitável, se todo o mundo é tão malvado como a maior maldade entre nós, então a esperança no futuro está perdida”, completou o senador democrata.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que o processo era “incoerente” e acusou os democratas de tentar mudar as regras do jogo após a derrota para Trump nas eleições presidenciais de 2016.
“A resposta por perder uma eleição não pode ser atacar a presidência. (…) Talvez ela rasgará o veredicto como fez com o discurso sobre o Estado da União”, alfinetou McConnell.
A provocação tinha como alvo a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, que ontem partiu ao meio a cópia entregue por Trump do discurso feito por ele no Congresso. Antes, o presidente tinha-se recusado a cumprimentá-la.
Pelosi foi a principal articuladora do processo de destituição contra Trump, caso que começou em setembro para investigar uma denúncia de um delator sobre uma ligação entre o líder republicano e o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelenski.
Na conversa, Trump terá pressionado Zelenski a abrir uma investigação por corrupção contra Hunter Biden, filho do ex-vice-presidente e pré-candidato à presidência Joe Biden, um dos seus potenciais adversários nas eleições de novembro.
Segundo os democratas, Trump segurou o envio de 400 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia e adiou uma visita de Zelenski à Casa Branca para forçar que o Governo de Kiev iniciasse as investigações contra Biden.
Depois de três meses de investigações na Câmara dos Representantes, o “impeachment” chegou ao Senado no último dia 16 de janeiro.
EFE