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“Sejamos humildes para aprender com os camponeses” – João Lourenço

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“Enquanto muitos intelectuais, políticos, alguns mal-intencionados propalam a ideia de que para se ter comida à mesa e para baixar os preços dos produtos basta um decreto do Presidente da República, ou basta aumentar o volume de importação desses mesmos produtos, os camponeses estão a dar-nos uma grande lição!”

O Presidente da República, João Lourenço, respondia assim aos jornalistas, esta quinta-feira, 11, após visita de dois dias ao Bié, onde, dentre outros compromissos, acompanhou a abertura da colheita de trigo na região.

Segundo o Chefe de Estado angolano, os camponeses estão a indicar o caminho para o desenvolvimento agrícola do país: “vimos na feira, aqui no Cuito, que se está a produzir praticamente um pouco de tudo. Vimos municípios que têm 15, 17 variedades diferentes de feijão”, disse e acrescentou: “Portanto, este é o caminho. Aprendamos, sejamos humildes para aprender com os camponeses esta lição prática que eles nos estão a dar”.

Em declarações no início da semana à Rádio Correio da Kianda, o economista José Ambrósio defendeu, igualmente, que Angola tem condições para produzir os produtos que o país importa, e defendeu a selecção dos grandes importadores de trigo, para lhes conceder terrenos com vista produzir os cereais.

O especialista falou também em dicotomia nas políticas do Executivo ao atribuir elevadas somas de dinheiro a algumas pessoas para importar trigo, ao invés de investir na produção.

“Angola tem condições naturais para produção de trigo. Sucede, porém, que há uma dicotomia entre aquilo que é a política do Governo e a prática. O Governo refere que é importante incentivar a produção do trigo, mas, ao mesmo tempo, concede somas avultadas para a importação desse produto que podia ser direccionada aos produtores. O Governo deveria seleccionar os grandes importadores de trigo, empresas que se beneficiaram, e a essas empresas devia dar terrenos para que elas mesmas possam produzir trigo em Angola”, indicou.

De acordo com o ministro da Agricultura e Florestas, António Francisco de Assis, Angola precisa produzir mais de 600 mil toneladas de trigo por ano para reduzir as importações deste cereal, quadro este que o presidente João Lourenço espera mudar.

“A segurança alimentar deve passar, necessariamente, pelo aumento da produção também do arroz e do trigo. O pão nosso de cada dia é feito essencialmente de trigo, e o país tem importado quase que a totalidade ou do grão, ou da farinha de trigo para as pastelarias, para a produção de pão, de bolos e outro tipo de produtos feitos à base de farinha de trigo”, ressaltou.




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