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“Seguir o dinheiro”: jornalistas capacitados sobre técnicas de investigação de corrupção e crimes financeiros

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Decorre desde esta segunda-feira, em Luanda, um workshop dirigido à jornalistas da capital do país e de Benguela, sobre “Técnicas de investigação de corrupção a crimes financeiros  – seguir o dinheiro”, com abordagem de vários temas. A formação que arrancou hoje, 13, termina na quinta-feira, 16 de Novembro corrente.

Dois colaboradores do Correio da Kianda participam da sétima sessão formativa de 2023, promovida pela organização não governamental norte-amerciana Financial Services Volunteer Corps (FSVC), com objectivo de monitorar o combate à corrupção em Angola.

Nicolau Miguel, oficial do FSVC no país, disse que entre os objectivos está o fortalecimento das democracias, bem como facilitar o diálogo público-privado e a colaboração nas iniciativas antí-corrupção em Angola, engajando o público.

Discursando na cerimónia de abertura do evento, Nicolau Miguel referiu que neste ano, aquela organização sem fins lucrativos enviou, desde a fundação há 33 anos, mais de dez mil especialistas voluntários, para mais de três mil missões em 70 países em desenvolvimento para monitorar os programas de combate à corrupção, fortalecer o sector financeiro, sobre a demanda ou apetites de países reformistas.

Nicolau Miguel explicou que o programa, apoiado pelo Departamento de Estado norte-americano, determinou o alargamento para 31 de Dezembro de 2023, ao contrário de Maio inicialmente agendado. Aquele responsável referiu que nos últimos dois anos, sete formações dirigidas a jornalistas foram realizadas, sendo seis em Luanda e uma em Benguela.

Os temas dos workshop formativos foram sobre fundamentos de jornalismo de investigação, tendências e tipologias de corrupção, condução de investigação baseado em dados, impacto de corrupção em mulheres e grupos vulneráveis e engajamento da sociedade civil no combate à corrupção.

“Fortalecer a democracia e a redução da corrupção seria nula, uma miragem sem a participação efectiva da media”, disse, acrescentando que o envolvimento colaborativo entre o governo e a media com as organizações da sociedade civil é determinante para o alcance de uma melhor governação.

Anunciou, por outro lado, outras duas sessões para o próximo mês de Dezembro, sendo que a primeira entre os dias 4 e 6 em Luanda e uma semana depois, de 13 a 14, na província da Huíla, sobre riscos de corrupção no sector extrativo.

Disse ainda que a sua organização está comprometida em apoiar os esforços do governo de Angola para a boa governação, democracia e prestação de contas.

O workshop está a ser facilitado por dois especialistas voluntários, um do Zimbábue e outro dos Estados Unidos da América, John Dell´Osso e John Konopo, ambos jornalistas de investigação com largos anos de experiência na investigação de casos de corrupção em África.

John Dell´Osso, um dos prelectores, encorajou os jornalistas a engajar-se na investigação jornalística, pois, segundo fez saber, um artigo publicado num jornal mesmo que local, pode ajudar a deter corruptos, pode também ser utilizado como fonte de instituições nacionais e internacionais de supervisão financeira, como o ESAAMLG, a Unidade de Informação Financeira, entre outros.

Acrescentou, ainda, que a publicação de artigos investigativos leva à responsabilização de pessoas e instituições sobre o seu papel de inação sobre corrupção.

Os relatórios do ESAAMLG e da UIF, conhecidos como relatório de Informação mútua são, segundo o especialista, as melhores fontes de informação para os jornalistas de investigação.




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