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Economia

Sede do BPC fica mais cara e é concluída em um ano

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As obras em curso no edifício sede do Banco de Poupança e Crédito (BPC) ficam concluídas em Dezembro de 2020, quatro anos depois do prazo de entrega inicial, além de encarecidas dos 7,7 mil milhões de kwanzas contratualmente previstos pelo efeito da depreciação cambial e de alterações ao projecto.

A informação foi obtida da Direcção de Património (DPA) do BPC, em resposta a indagações do Jornal de Angola sobre o surgimento paulatino de uma nova fachada na sede em obras desde Janeiro de 2014, depois de adjudicadas por concurso público à China Jiangsu International Angola.

O contrato, celebrado em 2013 com a empresa chinesa, é designado “Empreitada de Remodelação e Restauro do Edifício Sede do BPC”, uma obra adjudicada em Janeiro de 2014, tendo previsto um prazo de execução de dois anos, de acordo com a fonte.

O edifício, inaugurado em 28 de Janeiro de 1967, apresentava, naquela altura, graves falhas e avarias constantes na rede eléctrica, problemas visíveis de desgaste na maior parte da estrutura (vigas, lajes e pilares) e infiltrações.
As obras consistem no reforço estrutural, das redes técnicas de electricidade, hidráulica e electrotecnia, bem como implantação de redes estruturadas de segurança contra incêndios.

A nível da funcionalidade e da estética arquitectónica, a intervenção incide sobre a optimização de espaços, substituição de todo o material de acabamentos e da fachada, preservando o traçado antigo das fachadas exteriores.

Condições de financiamento

O valor do financiamento pela empresa chinesa China Jiangsu nasceu de dois acordos de financiamento e empreitada, assinados a 23 de Agosto de 2013 por Paixão Júnior, então PCA do BPC, e Gu Yongxin, Director-Geral da China Jiangsu.

Nos termos dos acordos,a firma chinesa devia financiar os custos inerentes ao processo de reabilitação e executar as obras de recuperação do prédio, que apresentava problemas na parte estrutural e na rede eléctrica que punham em perigo a segurança de trabalhadores e serviços.

Segundo disse Paixão Júnior na assinatura dos acordos, a China Jiangsu apresentou o financiamento com melhores condições, em que o empréstimo seria reembolsado num período de 10 anos, com dois anos de carência, a uma taxa de juros “competitiva” de 6,5 por cento ao ano.

Com assinatura dos acordos, segundo Paixão Júnior, os mais de sete mil milhões de kwanzas ficaram de imediato à disposição do BPC.

Com a duração aproximada de dois anos, os trabalhos de reabilitação começaram em Outubro de 2013 e deviam garantir emprego para 400 pessoas, 250 dos quais angolanos e 150 chineses.

O Director-Geral da Jiangsu garantiu que, depois da reabilitação, “o edifício terá mais um tempo de vida útil de 50 anos”.

Ajustes de envergadura

Conceptualmente, as obras têm em conta ser aquele um local de utilização diária intensa e perseguem a adequação do edifício às novas exigências funcionais e de segurança, equiparando-o aos padrões dos edifícios modernos, segundo a Direcção de Património.

Um novo projecto de execução, afirma o BPC, incide sobre os aspectos de segurança e de funcionalidade que não estavam contemplados no projecto original, entre os quais a adição das escadas exteriores de emergência, um elevador panorâmico e outro de acesso a um restaurante no segundo piso, bem como a requalificação do sistema eléctrico e acomodação dos grupos geradores (uma vez que sempre estiveram em espaço arrendado).

Soluciona, ainda, as questões da centralização da rede de aquecimento, ventilação e ar condicionado (Avac), instalação de sistemas de segurança contra incêndios e electrónica, assim como a melhoria da imagem exterior do edifício, sem alterar o estilo arquitectónico das fachadas.

“Todas as alterações de grande envergadura provocam desvios orçamentais às obras”, nota o DPA do banco, sublinhando que, no caso concreto desta empreitada, o projecto passou por três alterações decorrentes de novas necessidades apresentadas pelo dono da obra e ainda por incorrecções detectadas pelo fiscal.

“Naturalmente, estes ajustamentos provocam alteração ao orçamento, quer por via dos chamados ‘trabalhos a mais’, quer por via da alteração de equipamentos e materiais, cuja origem é maioritariamente do exterior do país”, admitiu a fonte.

Segundo o DPA, 70 por cento dos materiais e equipamento utilizados na obra são importados, sendo os remanescentes de origem local, consistindo sobretudo em materiais primários de construção como cimento, areia, betão e ferro.

A obra, esclareceu o DPA, nunca esteve paralisada, apesar de ter passado por vários períodos de abrandamento. Com entrega prevista para dentro de 13 meses, o banco admite o registo de novos atrasos, “atendendo às novas condições orçamentais em negociação.”

 

C/ JA

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