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“Se Jonas Savimbi fosse Presidente da República teríamos uma Angola mais organizada”

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“Faça chuva, faça sol, tarde e noite, eu sou filho digno de Jonas M. Savimbi e assumo”. Foi com estas palavras que Rafael Massanga Sakaita Savimbi começou por recordar o pai, líder fundador do partido UNITA, que morreu há 19 anos, em combate a 22 de Fevereiro de 2002, na localidade de Lukusse, na província do Moxico.

O político e actual secretário das Relações Internacionais e Comunidades da UNITA fez esta afirmação em conversa com o Correio da Kianda, nesta segunda-feira, 22, onde revelou que se o seu progenitor, Jonas Savimbi, fosse Presidente da República “hoje teríamos uma Angola mais organizada, mais segura, mais disciplinada e mais solidária, que olhe para África com a força para depois abordar o mundo”, disse.

Rafael Savimbi admitiu que o seu pai cometeu alguns excesso, mas assegura que fez muito mais coisas boas, razão pela qual, “hoje é recordado por quase todos os angolanos”, sublinhando que “se tudo fosse negativo, não estaria aqui seguramente”.

O deputado revelou também que mesmo em época que seu pai estava vivo nunca foi tratado de forma privilegiada por ser seu filho, referindo que em época de guerra, onde a UNITA controlava a zona diamantífera, nunca conheceu a região das Lundas. Rafael disse ainda que desde que a UNITA começou a enviar quadros para fora do país para formação, os filhos continuavam em Angola priorizando, deste modo, outras figuras deste partido desde os anos 70. Só mais tarde, em 1989 a 1990, sai a primeira filha de Jonas Savimbi, com um grupo de jovens que foram estudar em Portugal, e ele próprio só saiu de Angola em 1996, para formação em Paris-França. ”Nós éramos tratados como os outros”.

O então conhecido como Savimbi Jr. recordou-se das recomendações que o seu pai passava aos professores na Jamba, para que não tratasse-nos como filhos do presidente, tratasse-nos como angolanos que precisam se capacitar.

“Era normal sermos atribuídos uma nota negativa, até porque antes dos professores irem para o nosso liceu, o meu pai falava com eles, e dizia que são meus filhos, mas não lhes tratam como filho do presidente, mas trate-nos como angolanos que precisam de capacitar-se e se forem merecedores de uma nota zero é mesmo zero”.

Massanga revelou ainda que, muitas vezes, por questão de segurança por orientação do presidente fundador da UNITA, viram-se obrigados a manter em segredo as suas identidades, omitindo, desta forma, o nome de Savimbi, respondendo simplesmente por Sakaita.

“Estava na Costa do Marfim, onde só souberam que sou filho de Savimbi depois do meu pai falecer. Sinto-me bem até hoje em ser filho de Savimbi. É meu pai, com altos e baixos, com coisas boas e as más coisas e sinto-me bem com tudo. Quando soube da morte do pai não acreditei”.

Direcção da UNITA

Questionado se tem, neste momento, pretensões em ser presidente do partido fundado pelo seu pai, Rafael Savimbi descarta a possibilidade e avança que a sua idade abre-lhe as portas para pensar muito sobre o assunto nos próximos tempos.

O político deixou claro que mantém boa relação com a actual direcção liderada por Adalberto Costa Júnior, e que na UNITA reina uma ambiente de pura democracia, em que se um membro não concorda com alguma coisa, em fórum próprio mostra a sua insatisfação.

A UNITA também recordou, nesta segunda-feira, Jonas Savimbi, pelo seu Comité Permanente da Comissão Política, homenageando o seu líder fundador.

Numa nota deste órgão partidário, na ocasião desta data, a UNITA considera Jonas Savimbi “partícipe de primeira linha da gesta da luta pela Independência Nacional”, agregando, no seu percurso, “a liderança da luta do povo angolano, na conquista do Estado Democrático e de Direito e da economia de mercado”.

O maior partido da oposição refere que a luta do for da UNITA “não visava a sua acomodação pessoal, mas sim uma Angola dignificante para todos”.

Jonas Savimbi nasceu a 3 de Agosto de 1934. Em 1961 militou na UPA/FNLA, mas rompeu com a direcção deste movimento em 1964. Entre 1964 e 1965 desenvolve uma intensa actividade de mobilização de apoios diplomáticos e recrutamento de seguidores, partindo para a China, onde treina com mais onze companheiros, com quem fundou a UNITA aos 13 de Março de 1966, em Muangai, província do Moxico.

Foi um dos subscritores do Acordo de Alvor, em Janeiro de 1975, juntamente com Agostinho Neto e Holden Roberto, que definiram as bases para a Independência de Angola.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. Pedro Henrique

    24/02/2021 em 10:29 am

    Não acho que teríamos o Jonas Savimbi como bom presidente do país, se realmente fosse assim tão patriota não deveria incentivar violência no seio dos angolanos.

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