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Sarkozy denuncia calúnias e manipulações do grupo de Kadhafi contra si

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O ex-presidente francês, Nicolas Sarkozy, denunciou uma campanha de calúnias e de manipulação do “grupo” do antigo líder da Líbia, Muhammar Kadhafi, por trás das acusações que conduziram à sua acusação por financiamento ilegal da campanha de 2007 que o conduziu à presidência.

Numa declaração lida na quarta-feira aos juízes instrutores antes de decidirem a sua acusação, publicada hoje pelo jornal “Le Figaro” no seu site, Sarkozy queixou-se de que foi acusado “sem nenhuma prova material” a partir de declarações de Kadhafi e de pessoas do seu círculo movido por um desejo de vingança.

Acima de tudo, Sarkozy insistiu que desde que começaram essas alegações em março de 2011, precisamente quando uma coligação internacional liderada e promovida por ele próprio como presidente de França lançou uma intervenção militar contra o regime de Kadhafi, “vivo o inferno desta calúnia”.

E isso apesar de que, na sua opinião, não há “nenhum elemento tangível” nas alegações da família Kadhafi e do seu “clã” que “contribuem com o mínimo de crédito para as suas palavras”.

Sarkozy diz que já “pagou muito” por este assunto, já que segundo a sua análise foram as acusações que motivaram a sua derrota, por 1,5 pontos percentuais de diferença, na segunda volta das eleições presidenciais de 2012, vencidas pelo socialista François Hollande.

O ex-presidente francês também atribui a essa “campanha” a sua derrota nas primárias da direita em novembro de 2016.

Os seus ataques dirigiram-se em particular contra o negociador de armas e intermediário Ziad Takieddine, um dos quatro acusados, que em novembro de 2016 confessou ter transportado entre Trípoli e Paris 5 milhões de euros com dinheiro colocado pelo regime de Kadhafi, dizendo que o entregou diretamente a Sarkozy e ao seu braço direito, o ex-ministro Claude Guéant, entre o final de 2006 e início de 2007.

Sarkozy insistiu que Takieddine “mente” e que este empresário, que faz parte do “grupo” de Kadhafi, não apresentou provas das reuniões que diz ter mantido consigo entre 2005 e 2011, que não existiram.

No seu depoimento no tribunal, o ex-presidente francês ressaltou o espírito de vingança que, na sua opinião, se encontra nessas acusações contra si.

“Eu fui o chefe da coligação que destruiu o sistema de Kadhafi e paguei um forte tributo por esta campanha raramente igualada de lama, calúnias e parvoíces”.

Com a decisão de ontem, Sarkozy acumula acusações em três casos diferentes e sabe já que por um deles -irregularidades nos fundos da sua campanha de 2012- terá que se sentar no banco dos réus.

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