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Sapalo António “sondado” pela UNITA
Alegadas negociações estariam em curso visando a acomodação na lista candidata da UNITA de Sapalo António, dirigente do PRS e candidato derrotado na corrida à presidência deste partido. A fonte deste jornal nas hostes da UNITA, que preferiu o anonimato, admitiu a existência desta pretensão no seio do ‘Galo Negro’, ao mais alto nível, tendo confidenciado que “uma negociação estaria à vista com o político, para a concretização deste desiderato”.
“Esta necessidade é sempre boa, desde que seja devidamente fundamentada”, disse a fonte de OPAÍS, que se socorreu do número 4 do Artigo 53.º da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais, que determina que “a desistência de qualquer candidato a deputado à Assembleia Nacional é admitida até 3 dias antes do dia das eleições gerais”. O porta- voz da UNITA, Alcides Sakala, contactado, não confirma nem desmente esta revelação.
Para já, da sede do TC, o jornal OPAÍS soube que até ao momento não foi enviado qualquer documento de partido político ou coligação de partidos com este propósito. Sapalo diz que não foi “sondado” Sapalo António disse, entretanto, ser livre de poder fazer política onde quiser.
“Tenho muitos amigos , mas ninguém me convidou para fazer parte dos seus partidos”, disse. Sapalo António garante, ainda assim, que continua a fazer parte dos quadros do PRS, apesar de estar desencantado com o seu partido. Contudo, fez saber que esta decisão relacionada com o seu futuro ainda é uma incógnita.
Entretanto, uma fonte do MPLA também admitiu a possibilidade alterações na sua lista poderem igualmente vir a ocorrer, em função das recentes mexidas feitas pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, ao exonerar Isaac Maria dos Anjos do cargo de governador de Benguela e nomeando, em substituição, Ruí Falcão.
Segundo esta mesma fonte nos “camaradas”, “está prevista a alteração dos cabeças-de-lista do partido em Benguela, no Namibe e noutras províncias onde se julgar conveniente”.
Sapalo não reconhece Benedito Daniel
Quanto ao congresso, que elegeu Benedito Daniel presidente do PRS, Sapalo considerou ter sido uma arruaça, marcada por injustiça e desorganização induzida. O político acusa o antigo líder, Eduardo Kuangana, de ter infiltrado no seio dos delegados ao recém-terminado congresso familiares seus e outros elementos não eleitos nas conferências provínciais para consumar a fraude.
“Nunca hei-de aceitar um resultado saído de um encontro que chamaria de ‘congresso da arruaça’ com violações graves aos estatutos da organização política”, disse.
Esta situação, na visão deste político, só irá agudizar as clivagens internas que diz serem permanentes no seio do partido, baseadas na “discriminação” que determinados militantes sofrem por apoiarem correntes ideológicas diferentes.
O também antigo responsável pela Economia e Finanças considerou que o PRS está praticamente dividido, podendo dificultar o alcance de bons resultados nas urnas.