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O sangue angolano que fez ferver o racismo no império televisivo de Silvio Berlusconi

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A lvo de insultos desde que surgiu nos ecrãs do Canal 5 da televisão italiana – o canal âncora do grupo Mediaset, do empresário Silvio Berlusconi -, Mikaela Neaze Silva trouxe para o horário nobre italiano um clássico da intolerância: o racismo.

Escolhida para integrar o famoso grupo de bailarinas do icónico “Striscia la notizia”, um programa satírico de informação, Mikaela tornou-se um foco de contestação pelo tom de pele e pela cabeleira afro.

Filha de pai angolano e mãe afegã, nascida na Rússia, mas a residir desde os seis anos em Itália, a dançarina de 23 anos tem sido apontada pelos espectadores como a possível mulher do Tarzan e uma afronta à beleza italiana.

A polémica, visível em comentários partilhados nas redes sociais, foi amplificada pelo alcance do programa, que soma já três décadas de exibição e é transmitido entre o jornal das 20h e o início do serão televisivo.

Apesar de muitos dos ataques a Mikaela sublinharem que a contestação tem como único objectivo a defesa da beleza italiana – receita que popularizou o “Striscia la notizia” -, a imprensa italiana lembra que o problema nunca se colocou em relação a outras bailarinas não italianas, mas brancas.

Os media transalpinos referem que o passaporte suíço de uma das apresentadoras actuais – o formato inclui, para além de bailarinas, uma apresentadora morena e outra loura – nunca indignou ninguém, da mesma forma que as bailarinas russas, americanas e brasileiras sempre passaram ao lado de qualquer polémica.

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