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SADC volta a reunir após violentos confrontos no Leste da RDC

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Na sequência dos violentos combates que opuseram as forças armadas da República Democrática do Congo aos rebeldes do M23, na noite desta segunda-feira, 30, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral realizou hoje uma reunião virtual, em que ficou decidido que Luanda irá acolher uma cimeira da SADC, este sábado, 04, para analisar a situação de segurança no Leste da RDC.

Segundo a imprensa local, nesta manhã foram ouvidos disparos na área de Kinyandonyi, cerca de 8 quilómetros a norte de Kiwanja, no território de Rutshuru (Kivu do Norte). Entretanto, neste momento, observa-se “uma calmaria no eixo Kibumba-Buhumba, depois de violentos combates até ao final da noite de ontem, entre as FARDC e os rebeldes do M23”, que suspenderam todos os movimentos e trânsito rodoviário das populações na zona há mais de quatro dias.

No dia 6 de Julho de 2022, a Cimeira Tripartida entre a República de Angola, a República Democrática do Congo e a República do Rwanda, realizada na capital angolana, adoptou o Roteiro da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos sobre o Processo de Pacificação da Região Leste da RDC. O documento ficou conhecido como Roteiro de Luanda para a Paz no Leste da RDC.

Quatro meses depois, no dia 23 de Novembro, os chefes de Estados de Angola, da RDC e do Burundi estiveram reunidos em Angola, num encontro conhecido como Mini-Cimeira de Luanda, onde decidiram um cessar fogo, que vem sendo constantemente interrompido pelos integrantes do Movimento, com a reintegração dos rebeldes do M23, naquilo que ficou conhecido como Roteiro de Luanda.

Na sequência, numa Mini-Cimeira sobre a paz e segurança na região dos Grandes Lagos, realizada em Adis Abeba, capital da Etiópia, a 17 de Fevereiro de 2023, os Chefes de Estado e de Governo mandataram a República de Angola, em coordenação com o facilitador designado pela Comissão da África Oriental, Uhuru Kennyatta, a manter contacto com a liderança do M23, no sentido de transmitirem as decisões saídas do encontro, contacto este que culminou com o envio de tropas angolanas para região.

De recordar, que Luanda, enquanto mediadora do conflito, destacou um contingente de 450 militares das Forças Armadas Angolanas (FAA) que têm como missão apoiar as operações de manutenção de paz e asseguramento das áreas de acantonamento do M23, na região Leste da República Democrática do Congo.

O clima de tensão entre a RDC e o Rwanda voltou a instalar-se na relação entre os dois países nos últimos meses, depois do reinício, em Março de 2022, dos combates entre o exército da RDC e o grupo rebelde Movimento 23 de Março. Os dois países acusam-se mutuamente de apoiar à insurreição militar para desestabilizar um e outro, com Kinshasa a denunciar um suposto apoio militar de Kigali ao M23, acusação negada por Rwanda. O nível de tensão entre os dois países subiu ainda mais de tom, depois da expulsão do embaixador do Rwanda da RDC.

Segundo estima a ONU, até o momento, os combates no Leste da RDC já levaram mais de 900 mil pessoas a procurarem abrigo noutras cidades congolesas ou mesmo no país vizinho, Ruanda.

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