África
SADC considera injustas eleições da Tanzânia
A missão de observadores da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) considera injustas as eleições presidenciais de Outubro último, na Tanzânia, algo inédito na sua história a respeito de um país membro. A União Africana mantém o silêncio.
Pela primeira vez, uma missão de observação eleitoral da SADC classificou como irregulares e injustas as eleições num país membro. No relatório preliminar sobre as eleições gerais da Tanzânia, realizadas a 29 de Outubro, a missão afirma que não foram cumpridos os princípios democráticos da organização.
Entre as principais denúncias, noticiou a emissora alemã DW nesta terça-feira, 4, estão restrições à liberdade de imprensa, abusos das forças de segurança e a impossibilidade dos eleitores expressarem livremente a sua vontade.
A organização Human Rights Whach (HRW) condenou ontem o uso de força letal pelas autoridades tanzanianas para reprimir os protestos relacionados com as eleições. Segundo fontes hospitalares citadas pela agência EFE, pelo menos 150 pessoas morreram nas manifestações em Dar Es Salaam, maior cidade e capital económica do país.
O principal partido da oposição, Chadema, estima que cerca de mil pessoas terão sido mortas pelas forças de segurança em oito das 31 regiões do país. No entanto, fontes independentes, incluindo a EFE, não conseguiram confirmar estes números e as autoridades locais ainda não apresentaram o número de vítimas, apesar de a presidente eleita ter se referido, no discurso de posse, que houve perdas de vidas.
Até ao momento, a missão de observadores da União Africana, que também supervisionou o pleito, não fez qualquer pronunciamento.