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Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre ataque a comboio que vitimou 23 pessoas em Zaporizhia

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Um ataque russo a um comboio humanitário na cidade de Zaporizhia causou a morte de 23 pessoas e há registo de dezenas de feridos. Kiev e as forças pró-russas trocam acusações sobre este ataque no dia em que Moscovo oficializa a anexação de quatro regiões ucranianas.

Num comunicado divulgado através do Telegram, Starukh disse que as forças russas atacaram um comboio humanitário que seguia em direção ao território ocupado pela Rússia.

Starukh indicou ainda que os organizadores do comboio humanitário pretendiam viajar para território ocupado pela Rússia para resgatar familiares e depois levá-los para um local seguro.

O governador disse que equipas de socorro estavam no local do ataque, que até ao momento não foi reivindicado pela Rússia.

Anunciou ainda que o dia de sábado, 1 de outubro, será de luto na região de Zaporizhia. “Os ocupantes atacaram ucranianos indefesos. Este é mais um ataque terrorista de um país terrorista”, acrescenta.

O ataque acontece no dia em que Moscovo se prepara para anexar Zaporizhia e outras três regiões ucranianas, nomeadamente Lugansk, Donetsk e Kherson.

Por sua vez, um representante do Kremlin na região ocupada de Zaporizhia culpou as forças de Kiev pelo ataque mortal ao comboio humanitário e negou o envolvimento do exército russo.

“O regime de Kiev está a tentar retratar o que aconteceu como um bombardeamento das tropas russas, recorrendo a uma provocação hedionda”, disse Vladimir Rogov, um funcionário do governo da região apoiado pela Rússia, através do Telegram.

“Os combatentes ucranianos cometeram mais um ato terrorista”, refere. “Uma vingança no dia da reunificação com a Rússia”, acrescentou.

De acordo com este responsável, há registo de 23 mortes e 34 feridos.

Na quinta-feira, o Kremlin tinha anunciado que as quatro regiões da Ucrânia, que realizaram referendos entre 23 e 27 de setembro sobre a adesão à Rússia, serão hoje incorporadas no país.

A anexação oficial já era esperada depois da votação nas áreas sob ocupação russa na Ucrânia, cujos habitantes, alegou Moscovo, apoiaram esmagadoramente a anexação formal destes territórios pela Rússia.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ressaltou que os chamados “referendos” nas regiões ocupadas foram realizados durante o conflito armado ativo, em áreas sob ocupação russa e fora do quadro legal e constitucional da Ucrânia, pelo que “não podem ser chamados de expressão genuína da vontade popular”.

As consultas separatistas em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia foram condenadas por Kiev e pelo Ocidente, que consideram os referendos “farsas” democráticas.




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