Connect with us

Mundo

Respeito pelos limites fronteiriços dificulta combate à praga de gafanhotos

Published

on

A vice-ministra da Agricultura da Zâmbia, Anna Shiweda, disse hoje que o respeito pelos limites geográficos está a dificultar o combate à praga de gafanhotos, pois durante o processo de pulverização, os insectos têm fugido para o território angolano.

A governante falava na manhã desta quarta-feira, 19, durante a vídeo-conferência realizada pelo Ministério da Agricultura e Pescas de Angola em parceria com os congéneres zambiano e namibiano, sobre as medidas conjuntas para combater a praga dos insectos que afectam as regiões no Sul de Angola e nortes da Zâmbia e Namíbia.

Para contrapor a situação, a governante propõe a criação de uma comissão conjunta, tendo dito que o facto de os gafanhotos não respeitarem os limites geográficos, obriga a que o combate a praga seja uma acção desburocratizada.

“Os gafanhotos não respeitam fronteiras ou limites de Estados e seria muito importante se nós tivéssemos acesso, sem qualquer burocracia, para aceder a um país, no combate aos gafanhotos”, disse, referindo que no período de pulverização, os gafanhotos fugiam em direcção ao território angolano, e por respeito aos limites geográficos, têm estado a evitar cruzar o território angolano.

Por esta razão, entende que é um assunto que deve ser discutido pelas equipas técnicas em conjunto, para analisar e encontrar a melhor forma de colocar em prática

Segundo a vice-ministra zambiana, os melhores períodos para as ações de combate à praga dos gafanhotos são as primeiras horas do dia e também no final do dia.

O maior desafio, segundo a governante, está relacionado com a aquisição de pesticidas usados para o combate, pois a maior parte vem do continente europeu, o que dificulta o acesso a eles em tempo útil.

Quanto ao método da pulverização, disse não existir “melhor época” pois “os gafanhotos aparecem quanto menos se espera”, e no presente ano agrícola, os insectos “apareceram quando já havia cultura no chão”.

Pedido de ajuda a Angola

Já o Secretário de Estado do Ministério da Agricultura da Zâmbia, Songowayo Zyambo, que também participou na vídeo-conferência, pediu ajuda a Angola para o desafio do combate à praga de gafanhotos vermelhos, através do seu know how e recursos tecnológicos.

Disse ainda que factores climáticos têm estado a dificultar o combate, pois as chuvas propiciam o crescimento dos insectos.

“Na região norte da Namíbia, as chuvas vão de Agosto até Fevereiro, e quando chegamos na região do Cunene, elas iniciam em Fevereiro, Março em diante”, disse, diferenciando as épocas chuvosas entre os dois países, o que segundo fez saber, dificulta o combate à praga pois quando termina a época chuvosa num território, inicia noutra região para onde os insectos se deslocam.