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Politica

Resiliente – Chivukuvuku volta a requerer legalização do PRA-JA, algo que pode assombrar FPU

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Antigo delfim de Jonas Savimbi, na UNITA, já deu mostras de resiliência e de não haver um político igual (no contexto angolano) que usa de suas poupanças para investir na política, mas apesar dessa vontade comprovada de ocupar o Palácio da Cidade Alta, Abel Chivukuvuku tem o mesmo caminho, o Tribunal Constitucional, que tem sido há cinco anos o seu ‘Calcanhar de Aquiles’.

Uma nota do projecto político PRA-JA Servir Angola dá a conhecer que a sua coordenação-geral, encabeçada por Abel Chivukuvuku, deu entrada, no dia 2 deste mês, de um novo requerimento ao Tribunal Constitucional, para a sua legalização como partido político, depois de passados quatro anos do seu último chumbo.

Na nota, o PRA-JA recorda que, passado esse período, é “dada a possibilidade de inscrição de um novo partido político”. Em breve entrevista, contrariamente a certos segmentos, Abel Chivukuvuku referiu que o facto de não ter sido legalizado um partido com a mesma nomenclatura, era legalmente aceite que submetessem ao tribunal um requerimento que solicitasse a formalização de uma organização com o nome e símbolos semelhantes com a da primeira tentativa.

De referir que Abel Chivukuvuku tem, desde um pouco antes de 2011, procurado sobrevivência. Ou seja, politicamente, vivencia dias difíceis permanentemente.

Ainda na UNITA, sofrera vários ataques e foi inclusive suspenso por 45 dias, uma situação que atrofiou a sua credibilidade, tendo sido aconselhado estrategicamente a não concorrer a presidente do partido no congresso de 2011, dado que todos os cenários estavam ao seu desfavor.

E de acordo com a psicógrafa Solange Faria, no seu livro organizado pelo académico Benja Satula, intitulado ‘Confissões de um Estadista’, o antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos, já no tumulo, de acordo com a especialista, confessara que o MPLA montou estratégia para travar Abel Chivukuvuku porque com ele na presidência da UNITA, o MPLA sairia do poder “mais cedo”.

Em face disso, não tendo, na sua perspectiva, outra alternativa a nível interno, Chivukuvuku abandonou a UNITA em 2012, e, fazendo uso de suas poupanças, juntamente com outros players da política doméstica, fundou e sustentou a CASA-CE, de onde acabou afastado em 2019, pelos partidos que suportavam legalmente a organização.

O afastamento de Abel Chivukuvuku da Coligação CASA-CE deu-se no segmento em que Tribunal Constitucional optou por indeferir o pedido de transformação da coligação em partido político, uma vontade sufragada em congresso, por conta de cartas separadas em que três dos partidos coligados recusavam-se a fundir-se para extinção e, consequentemente, tornarem a CASA-CE num único partido. Na sequência, o tribunal retirou a titularidade de Abel Chivuikuvuku como presidente da CASA-CE, referindo-o como coordenador.

Com o afastamento, Chivukuvuku e seus seguidores, conceberam o projecto político PRA-JA Servir Angola, cujo requerimento para a sua legalização foi indeferido, tendo sido, por força da lei, proibidos de conceber qualquer outra força política num prazo de quatro anos.

Entretanto, findo agora o prazo, Chivukuvuku volta à carga, e remeteu, como supracitado, um novo pedido de legalização junto do Tribunal Constitucional.

Como já noticiámos aqui, vale referir que se Abel Chivukuvuku conseguir formalizar a sua formação política, as coisas não serão fáceis para a UNITA.

Por exemplo, a adesão pouco complexa para a UNITA de Abel Chivukuvuku e seus seguidores à fileiras do ‘galo negro’, sob capa de plataforma Frente Patriótica Unida (FPU), resultou, em parte, do facto de o PRA-JA não ter sido legalizado, situação que não oferecia outra opção a Chivukuvuku e a seus seguidores de participar nas eleições de 2022.

O PRA-JA de Chivukuvuku, embora não sendo legalizado, é uma formação poderosa, e os resultados obtidos por um lado pela CASA-CE, e por outro pela UNITA, este que liderou a plataforma FPU, que juntou a própria UNITA, o PRA-JA e o BD, demonstra quão forte é a organização de Chivukuvuku.

A aceitação fácil do PRA-JA em juntar-se à FPU, sob capa, nomenclatura e símbolos da UNITA, resultou apenas do facto de a organização estar a funcionar ainda na ilegalidade, caso seja formalizado, Abel Chivukuvuku há-de impor maiores condições, como de coligação, por exemplo, e é algo que os conservadores da UNITA não estão dispostos a ceder.

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