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Opinião

Resgate sem alternativa

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A operação resgate está na boca das massas. O valor simbólico gerado pelo que prometia e os efeitos dos primeiros dias da mesma são os principais motivos do facto. Parece muito bom… O país finalmente entra nos eixos!

…Mas uma análise um pouco mais racional e menos emocional a essa operação nos leva a questionar, não os pressupostos (que são pelo menos aceitáveis), mas a preparação e todos outros “quinhentos” envolta desta operação.
Então vejamos, se não é saudável ter as ruas cheias de vendedores ambulantes, que verdade seja dita, criam transtorno para trânsito mas não só, para a própria circulação de pessoas em geral, acarretando, como é natural, outros inúmeros problemas; É também inconcebível que se retire os vendedores ou pelo menos se combata a venda ambulante sem se criar alternativas pontuais quer para no caso estes vendedores que de resto são o alvo da operação, quer para a população que indirectamente sente os efeitos desta operação.

É que quer se queira, quer não, os vendedores ambulantes vendem para compradores. Portanto, se é necessário, como bem se fez, pensar em solução para os vendedores ambulantes, com lugares nas mercados; É também necessário pensar em soluções para os beneficiários destes serviços.

É que se no caso dos vendedores ambulantes essa questão não se enquadra muito, se olharmos para os efeitos da operação resgate nos transportes públicos, já percebemos que sim, era necessário que se pensasse em alternativas que viessem a pelo menos limitar os efeitos negativos da operação na vida do pacato cidadão que nada fez de mal, gosta da operação mas não se quer ver prejudicado pela mesma.
E falamos da questão dos candongueiros, mas podemos trazer a questão das cantinas que de resto são as lojas mais próximas e usuais da maior parte da população, que em função da operação ou do que esta prometia, têm vindo a funcionar muito abaixo do verdadeiro potencial. Mostra que maior parte dos mamadus, como são popularmente conhecisos os donos das cantinas, nao está devidamente documentados, mas também que não houve a devida preparação desta operação.

A operação foi pensada e analisada antes de posta em prática; como é que não se pensou nos efeitos negativos na vida das pessoas? Como é que não se pensou em dar um tempo de preparação até mesmo para os ilegais? Não se entende como é que um evento do género, que é pensado para gerar bem estar, traga mais complicações as populações.

São destas coisas que levam ao populismo de se dizer que há efectivamente um combate ao pobre e não a pobreza!

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