Sociedade
Região da RDC na fronteira com Zaire já registou 400 casos de cólera
O surto da cólera que se regista nas vizinhas repúblicas Democrática do Congo e da Zâmbia continua a preocupar as autoridades angolanas. A Rádio Correio da Kianda sabe de fontes oficiais que o território do Baixo Kongo, na RDC, junto da fronteira com o Zaire, registou perto de 400 casos da doença, que resultaram em 43 óbitos, até terça-feira última.
O especialista em saúde pública Rosalon Pedro defende que, tendo em conta a característica da doença, as autoridades devem intensificar as medidas que visam bloquear o surto.
O médico é de opinião que as autoridades de Saúde implementem medidas de vigilância activa para identificar pessoas com sinais de diarreia ao longo da fronteira. Rosalon defende também o fornecimento de água potável para limitar o suficiente a propagação do surto.
Ontem, a Directora de Saúde Pública, Helga Freitas, informou que o país está no nível 2 de alerta máximo devido a epidemia de cólera nos países vizinhos.
Segundo dados da UNICEF, a RDC está a enfrentar a pior epidemia de cólera dos últimos seis anos, com o epicentro no Leste do país. Em 2023, o número de casos de cólera triplicou para 52 506 casos suspeitos, incluindo 470 mortes. Mais de 40% das pessoas afectadas são crianças. O Kivu do Norte é o epicentro da epidemia, sendo responsável por quase 65% de todos os casos.
De recordar que nesta mesma região, eclodiu, no início do ano passado, confrontos entre o exército local e os rebeldes do Movimento 23 de Março (M23), que já vitimaram centenas de pessoas e pelo menos 52 mil cidadãos foram deslocados.
Já na República da Zâmbia, desde Outubro de 2024, até este ano, já foram diagnosticados 10413 casos , causando 412 mortes entre adultos e crianças naquele país.
De recordar, que Angola registou o último surto da cólera, de Dezembro de 2017 a Maio de 2018, na província do Uíge. Os registos indicam 895 casos da doença, que resultaram em treze óbitos.