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Recuperação de Cartum é viragem simbólica na estabilidade do governo sudanês, afirmam analistas

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O especialista em relações internacionais Adalberto Malú afirmou que a recuperação do exército sudanês da capital Cartum, se reveste de uma importância geopolítica e diplomática, representando uma viragem simbólica de um controlo e estabilidade do governo, o que pode ser interpretado como uma promessa para a transição de um país mais estrutural.

Já o cientista político Eurico Gonçalves considerou que apesar deste feito, os desafios políticos e geoestratégicos devem ser resolvidos com a participação de todos, pelo que antevê, caso não se venha a cumprir este preceito, um possível conflito armado devastador.

O cientista político apontou acabar com a crise humanitária e permitir o regresso seguro dos mais de doze mil deslocados ao país, estabelecer um acordo de paz com os beligerantes e garantir a paz, a estabilidade e o bem-estar do povo sudanês como principais desafios do governo e das forças militares.

Para o especialista em relações internacionais, o governo deverá agora demonstrar um compromisso claro com a transparência e respeitos com os direitos humanos para recuperar a credibilidade e aceitação dos parceiros ocidentais.

Adalberto Malú disse que a reconquista da capital Cartum deverá ser acompanhada por um rigoroso processo de consolidação institucional para enfrentar os desafios geopolíticos e diplomáticos que enfrenta e mudar a visão do país perante a comunidade internacional.

O líder das forças armadas do Sudão, Abdelfatah al-Burhan, declarou esta quarta-feira, 26, que Cartum “está livre” do grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, quase dois anos depois de os rebeldes conquistarem a capital sudanesa.

O Governo, controlado pelo Conselho Soberano, cujo presidente é o líder do exército, Abdelfatah al Burhan, tinha-se mudado para Porto Sudão, uma cidade segura no leste do país que também abriga embaixadas estrangeiras e organizações internacionais.

Abdelfatah al-Burhan chegou esta quarta-feira, 26, a Cartum de helicóptero, depois de o exército ter anunciado que tinha tomado o controlo do aeroporto internacional da capital e do “último reduto dos paramilitares” da cidade, e seguiu para o palácio presidencial pela primeira vez desde o início da guerra, a 15 de Abril de 2023, entre o exército e as RSF lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como Hemedti.

A guerra no Sudão começou a 15 de Abril de 2023, após o fracasso das negociações entre as RSF e o exército para incluir os paramilitares na instituição militar e, desde então, causou dezenas de milhares de mortos e mais de doze milhões de deslocados internos.




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