África
Rebeldes do M23 acusados de exportar ilegalmente minerais para Ruanda, diz ONU
Pelo menos 150 toneladas métricas de coltan foram exportadas fraudulentamente para o Ruanda em 2024, por rebeldes no leste da República Democrática do Congo, levando à maior contaminação da cadeia de fornecimento de minerais da Região dos Grandes Lagos já registada, de acordo com um relatório divulgado pela ONU.
Os fluxos começaram depois que o M23, supostamente apoiado por Ruanda, tomou a área de Rubaya, que produz minerais usados em aparelhos electrónicos portáteis, após intensos combates em abril.
O controlo do M23 sobre as rotas de transporte de Rubaya para Ruanda levou à mistura de minerais de Rubaya com a produção ruandesa, disse o Grupo de Peritos do Conselho de Segurança da ONU no relatório, publicado na quarta-feira.
“Isso constitui a contaminação mais importante das cadeias de suprimentos com minerais inelegíveis registrada na região dos Grandes Lagos na última década”, disse o relatório, referindo-se a uma vasta área que inclui o nordeste do Congo, Ruanda e outros países a leste do Congo.
Ruanda e M23 não responderam imediatamente a um pedido de comentário.
A situação complica as aquisições para os fabricantes de tecnologia, que estão sob escrutínio para garantir que os metais usados em seus produtos não sejam provenientes de zonas de conflito como o leste do Congo.
O relatório descreve ainda que os rebeldes estabeleceram o chamado Ministério da Mineração no território ocupado e garantiram o monopólio da exportação de coltan para Ruanda a partir de Rubaya, que tem um dos maiores depósitos do mineral estratégico do mundo.
O coltan é um minério de alta resistência térmica, electromagnética e à erosão, sendo, por isso, muito utilizado na fabricação de pequenos condensadores utilizados na maioria dos aparelhos electrónicos portáteis.