Connect with us

Mundo

RDCongo: Tshala Muana presa por causa de canção sobre o presidente

Published

on

A diva da música congolesa, Tshala Muana, foi presa, nesta segunda-feira, 16, após ter sido divulgada online uma canção considerada como um cartaz contra o Presidente da República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, denunciou a sua comitiva.

Tshala Muana, que é tida como próxima do ex-presidente do país Joseph Kabila, “foi detida pelos serviços de inteligência (…) como criminosa comum”, disse à imprensa o seu produtor, gerente e marido, Claude Mashala.

Questionada pela agência de notícias francesa, France Press, uma fonte da Agência Nacional de Inteligência (ANR) confirmou que a cantora tinha sido presa “por razões de investigação”.

A cantora vem do Kasai, tal como o actual presidente, Félix Tshisekedi. As suas canções são inspiradas no folclore Luba, a principal comunidade daquela região centro-oriental da RDCongo.

No áudio partilhado nas redes sociais, Tshala Muana recorda as eleições de 30 de Dezembro de 2018 e canta: “Não ganhaste a competição, o mestre deixou-te ganhar e agora viraste-te contra ele (…) ingrato”.

Tshisekedi foi proclamado o vencedor daquelas eleições, mas as forças do seu antecessor, Joseph Kabila, mantiveram a maioria no parlamento. Os dois líderes celebraram um acordo de coligação para governar.

Alegando ser o vencedor daquelas eleições, o adversário Martin Fayulu sempre denunciou o acordo KabilaTshisekedi, que considera violar a “verdade das urnas”.

Em nenhum momento a cantora menciona o nome do Presidente da RDCongo.

A Comissão Nacional de Censura proibiu a transmissão da canção numa carta enviada às estações de rádio e televisão.

“Esta detenção não honra nem o Presidente [Tshisekedi] nem o Estado de Direito”, afirmou Jean-Claude Katende, presidente da Associação Africana dos Direitos Humanos (Asadho), na sua conta do Twitter.

A coligação governamental TshisekediKabila tem sofrido múltiplas tensões desde que começou a partilha do poder entre os dois homens, em Janeiro de 2019.

Por Lusa 

Presidente congolês pede apoio diplomático e político à Angola