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RDC: sociedade mostra-se contra proibição da imprensa veicular actividades do partido de Kabila

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Os meios de comunicação congoleses estão agora proibidos de informar sobre o ex-presidente Joseph Kabila ou transmitir, ou comentar as actividades de seu partido político, o Partido Popular para a Reconstrução e Democracia (PPRD).

O presidente do Conselho Superior de Audiovisual e Comunicação (CSAC), Christian Bosembe, anunciou isso na terça-feira, 3 de junho, durante sua aparição no canal privado Top Congo.

Actores políticos, bem como a Associação Africana para a Defesa dos Direitos Humanos (ASADHO) e a ONG Jornalista em Perigo (JED), pediram esta quarta-feira, 04, que o Conselho Superior de Audiovisual e Comunicação (CSAC) reverta sua decisão de proibir a mídia de retransmitir as atividades do PPRD e Joseph Kabila.

Segundo essas organizações, essa decisão da CSAC mina a democracia, é autoritária e constitui um abuso de poder. O presidente da ASADHO acredita que “esta medida arbitrária” poderia ser justificada se o PPRD já estivesse dissolvido. “Esta decisão é tomada com base em quê?”, pergunta Jean-Claude Katende, que considera que se trata de um ajuste de contas.

O especialista em relações internacionais, Adalberto Malú, afirma que a decisão do Conselho Superior de Audiovisual e Comunicação (CSAC) é fruto da crise no leste da RDC e aparição de Kabila em território ocupado pelo M23, mas, afirma que a proibição de transmissão das actividades do partido PPRD do antigo estadista constitui uma violação dos princípios democráticos consagrados na Carta Africana e das Nações Unidas.

Malú, diz que a medida do Governo congolês com fundamento de preservar a paz evitar discursos que incitem a violência, porém a restrição não obedece os critérios da legalidade exigidos pelo pacto internacional sobre os direitos civis e políticos previstos no artigo 19º nº3.

O especialista diz que a exclusão de um actor político mediático como Joseph Kabila, pode exacerbar a polarização e comprometer a legitimidade do processo eleitoral.

A mídia nacional não pode mais cobrir, comentar ou transmitir informações relacionadas ao PPRD. Eles também estão proibidos de transmitir as palavras ou entrevistas de seu líder, Joseph Kabila.

O Governo de Kinshasa diz que “não é censura. Nenhum direito foi violado. A televisão não deve ser transformada em um fórum de subversão”, justificou Christian Bosembe, falando de uma medida cautelar tomada pelo escritório do CSAC.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.




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