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RD Congo: CENI admite adiar divulgação de resultados

A Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) admitiu hoje adiar a divulgação dos resultados das eleições na República Democrática do Congo, prevista para domingo, quando, segundo fontes daquele organismo, estão apurados apenas 20% dos votos.

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“A divulgação deverá ser adiada porque não se escrutinou todos os votos, de todas as províncias”, explicaram fontes da CENI, citadas pela agência Efe, esclarecendo que, até que não atinja 80% ou 90%, não se prevê a emissão dos primeiros resultados provisórios.

O presidente da CENI, Corneille Nangaa, admitiu que apenas um quinto dos votos (20%) foi escrutinado até quinta-feira, três dias antes de domingo, o prazo limite definido para a divulgação dos resultados.

No sábado, a CENI poderá fazer um anúncio oficial a confirmar o atraso na divulgação dos resultados, acrescentaram as fontes, que pediram o anonimato.

Depois da Conferência Episcopal Nacional (Cenco), que colocou no terreno 40.000 observadores nas eleições de 30 de dezembro, o serviço diplomático da União Europeia (UE) apelou também à verdade na divulgação dos resultados da votação na República Democrática do Congo.

“A UE associa-se aos apelos, entre os quais da missão de observação eleitoral da União Africana (UA) e do presidente da Comissão da UA, para que os resultados sejam conformes o voto do povo congolês”, referiu o porta-voz do serviço de ação exterior da UE, em comunicado difundido hoje em Bruxelas.

Na quinta-feira, a Cenco assegurou que conhecia o ganhador e apelou à CENI para divulgar os resultados das eleições presidenciais, legislativas e provinciais com “a verdade e a justiça”.

Apesar das tensões constatadas, as eleições do passado domingo poderão constituir a primeira transição pacífica no poder do país desde a sua independência da Bélgica, em 1960.

Depois de publicados os resultados provisórios, que terão de ser validados pelo Tribunal Constitucional, será conhecido o sucessor do Presidente da RDCongo, Jospeh Kabila, no poder desde 2001.

Kabila deveria ter abandonado a Presidência há dois anos, depois de ter esgotado o limite de mandatos consagrado na Constituição da RDCongo.

O ato eleitoral de 30 de dezembro reuniu 21 candidaturas à Presidência da RDCongo, 15.355 candidatos a deputados na Assembleia Nacional e 19.640 representantes provinciais.

Inicialmente previstas para 2016, as eleições de domingo tinham sido adiadas duas vezes.

Estas eleições só ficarão concluídas em 19 de março deste ano, com a realização do sufrágio nas cidades de Beni, Butembo e Yumbi, adiadas devido à epidemia do Ébola e aos conflitos dos grupos armados.

Nesta região atua o grupo armado Forças Democráticas Aliadas, que tem desenvolvido várias ações, o que afeta as operações de socorro às vítimas do vírus Ébola, que causou 368 mortos e 608 casos de contaminação desde 01 de agosto a 1 de janeiro, altura em que a epidemia foi declarada na RDCongo.

O clima pós-eleições também é de tensão devido ao corte, na passada segunda-feira, da Internet em toda a nação, com o Governo a justificar como um “preço a pagar para manter a integridade das eleições”.

As autoridades cortaram também o sinal de meios de comunicação social, como a emissora Rádio France Internacional e a estação nacional Canal Congo Televisão, esta última considerada próxima da oposição.

A Amnistia Internacional e o Comité de Proteção dos Jornalistas condenaram o corte da Internet e o bloqueio de meios de comunicação social e exigiram às autoridades o levantamento das medidas.

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