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Quatro civis mortos durante confronto entre milícias e forças governamentais na RCA
Quatro civis foram mortos durante um ataque de um grupo armado no Centro-Oeste da República Centro-Africana (RCA), durante combates entre milícias e forças governamentais, anunciou ontem à AFP o sub-prefeito da região.
“Os rebeldes mataram quatro pessoas, entre as quais a mãe de um bebé, e queimaram casas”, no domingo, em Ngouroundou, 600 quilómetros a nordeste da capital, Bangui, declarou Ayat Moussa.
O sub-prefeito responsabilizou as milícias do grupo designado Unidade para a Paz na República Centro-Africana (UPC, na sigla em Francês), um dos principais grupos armados presentes no leste do país. “Os membros do UPC dispararam sobre aos aldeões concentrados na casa mortuária”, adiantou Moussa.
A UPC tinha atacado na quinta-feira a vila de Kouango, 300 quilómetros a leste de Bangui, próxima da fronteira com a República Democrática do Congo.
Na altura, um polícia foi morto.
Em 28 de Novembro, uma trintena de civis e dois militares também tinham sido mortos em ataques realizados, segundo as autoridades, por outro grupo de milícias, o 3R (Regresso, Reclamação, Reabilitação), maioritariamente composto de fulas, muito influentes no noroeste do país.
O presidente Faustin Archange Touadéra decretou em 15 de Outubro “um cessar-fogo unilateral” dos seus militares e dos seus aliados para favorecer a abertura próxima de um diálogo.
Os principais grupos armados tinham anunciado que respeitariam o cessar-fogo.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, depois do derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados juntos na intitulada Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas sob a designação anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonar as suas casas.
De acordo com dados disponibilizados na página oficial do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), estão destacados na RCA 188 militares portugueses no âmbito da missão da ONU no país (MINUSCA).
No âmbito da missão da União Europeia (EUTM-RCA) de formação e aconselhamento das forças de segurança e defesa, estão empenhados outros 20 militares.
Em 30 de setembro, a 10.ª Força Nacional Destacada (FND) para a RCA, composta por 180 militares, recebeu o Estandarte Nacional, e está operacional desde 15 de novembro.
O comandante desta FND, tenente-coronel Jorge Pereira, chefia um grupo composto por 169 homens e 11 mulheres, sendo que, a maior parte — 91 -, são militares do Regimento de Comandos, incluindo-se também três da Força Aérea.