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Educação Financeira

Quanto custa ter ou ser amante em Angola?

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O 64º artigo de educação financeira é dedicado a um assunto polémico, que poucos assumem em público, mas que em surdina se comenta entre homens e entre mulheres: a existência nas suas vidas de amante ou amentes ou ser um ou uma amante de alguém. É uma matéria de educação financeira, pois quem tem amantes o seu rendimento é a dividir por si, e por quem mais tem obrigações legais e amorosas, logo o seu rendimento e a sua forma de vida pode estar em causa. O oposto, isto é, quem é amante, em princípio o seu rendimento cresce e/ou poupa com aquilo que não gasta e o ou a sua amante paga por si. Contudo, devo chamar a atenção: se o ou a sua amante que lhe sustenta e mudar as regras do jogo para pior, a sua condição mudará também, para pior…

Ser amante ou ter amante está relacionado com o animal Homem. O ser humano é o único ser animal que tem práticas sexuais como actividade sexual além da necessidade de procriação. Ser amante ou ter amante é um estado que alguém assume para si mesmo(a), em paralelo com outra ou outras relações amorosas. Mais de 90% dos casos, as pessoas não assumem a relação paralela na sociedade, pois ela é escondida, que corrompe as boas maneiras sociais, que coloca em causa um casamento, um namoro e com isso a existência de filhos, património e até a aceitação pública de uma relação. Esta actividade é socialmente não bem aceite. O medo de ser apanhado(a), o medo de perder o que tem em casa, e muito mais, gera estas relações de clandestinidade.

Com certeza que estas relações paralelas, como eu prefiro chamar, devem ser tão antigas quanto a existência do Homem. A História conta em livros, incluindo “A Bíblia” e outros, contam ou narram relações de adultério, de amantes. De amores loucos capazes dos maiores e mais profundos actos de loucura. Alguns deles é a contínua promessa de largar a sua esposa ou esposo para ficar com o ou amante, e muitas vezes não se sucede. Hoje em dia, em Angola, por exemplo, ter relações de adultério estão ligadas a uma forma de vida. O ou a amante vive de forma confortável porque o ou a amante proporciona uma boa condição de vida, podendo abarcar o pagamento de renda de casa, ter um carro, telefones top, ter um fundo mensal para roupa, calçado, salão de beleza, viagens ao estrangeiro, etc etc.

Este artigo é o terceiro (3º) que é baseado na recolha de respostas por via de um inquérito. Este foi feito apenas em online devido à sensibilidade do tema. Recolhi 51 respostas, as quais vou partilhar convosco os respectivos gráficos e alguns comentários associados.

A primeira pergunta é se “É do género masculino ou feminino?”

Obtive 49 respostas.
– 73,5% ou 36 são homens

– 26,5% ou 13 são mulheres

A segunda pergunta: “Que idade em?”

Obtive 49 respostas.
– Entre os 30 e os 40 anos: 30% ou 15 responderam nesta opção;

– Entre os 26 e os 30 anos: 22% ou 11 responderam nesta opção;

– Entre os 40 e os 50 anos: 14% ou 7 responderam nesta opção;

– + de 50 anos: 14% ou 7 pessoas responderam nesta opção.

A terceira pergunta: “É solteiro(a), casado(a) ou vive maritalmente?”

Obtive 49 respostas.

– Solteiro: 38% ou 19 pessoas;

– Casado: 36% ou 18 pessoas;

– Vive maritalmente: 26% ou 13 pessoas.

A quarta pergunta: “Qual é o seu nível de formação académica?”

Obtive 50 respostas.

– Licenciatura: 44% ou 22 pessoas;

– Frequência universitária: 30% ou 15 pessoas;

– Alguma forma de pós-graduação: 22% ou 10 pessoas.

A quinta pergunta: “Vive na zona urbana ou em zona rural?”

Obtive 50 respostas.

– Meio Urbano: 92% ou 46 pessoas;

– Meio Rural: 8% ou 4 pessoas.

A sexta pergunta: “Os seus pais ou algum deles já tem histórico de ter relações extra conjugais?”

Obtive 34 respostas.

– Pai: 85,3% ou 29 casos;

– Padrasto: 11,8% ou 4 casos.

A sétima pergunta: “Se tem uma relação amorosa, há quanto tempo?”

Obtive 38 respostas.

– Menos de 1 ano: 44,7% ou 17 pessoas;

– 1 e 3 anos: 21,1% ou 12 pessoas.

– + de 5 anos: 31,6% ou 8 pessoas.

A oitava pergunta: “Já teve ou foi amante ou amantes na sua vida?”

Obtive 49 respostas.

– Já tive amantes: 49% ou 24 casos;

– Nunca fui ou tive amantes: 28,6% ou 14 casos;

– Já fui amante: 22,4% ou 11 casos.

A nona pergunta: “Recebeu prendas do seu amante ou deu prendas para o ou a amante?”

Obtive 44 respostas.

– Sim, 75% ou 33 pessoas;

– Não, 25% ou 11 pessoas.

A décima pergunta: “Quanto custava em Kz por mês ter relações extra conjugais?”

Obtive 35 respostas.

– 10 a 50.000 Kz – 68,6% ou 24;

– Entre 50.000 e 200.000 Kz – 20% ou 7%;

– 200.000 Kz – 11,4% ou 4.

A décima primeira pergunta: “Actualmente tem amantes ou é amante? Se sim, quantos parceiros ou parceiras tem?”

Obtive 28 respostas.

– 1 caso ou 78,6% ou 22 pessoas;

– 2 ou + amantes, 14,3% ou 4 pessoas.

A décima segunda pergunta: “Quanto custa agora, em Kz, por mês ter relações extra conjugais?”

Obtive 28 respostas.

– 25.000 Kz – 39,3% ou 11 pessoas;

– + 50.000 Kz – 39,3% ou 11 pessoas;

– + 200.000 Kz – 14,3% ou 4 pessoas;

– + 500.000 Kz – 7,1% ou 2 pessoas.

A décima terceira pergunta: “Considera ter amantes um acto como vício, como alternativa à sua relação em casa?”

Obtive 48 respostas.

– Como alternativa, 33,3% ou 16 pessoas;

– Como vício: 31,3% ou 15 pessoas;

– Nenhuma das opções: 25% ou 12 pessoas.

A décima quarta pergunta: “Já foi apanhado ou apanhada a trair o seu ou a sua parceira com o ou a amante?”

Obtive 42 respostas.

– Nunca foi apanhado(a): 69% ou 29 pessoas;

– Já foi apanhado(a): 31% ou 13 pessoas.

A décima quinta pergunta: “Tem receio de engravidar ou ficar grávida do seu amante ou a sua amante?”

Obtive 37 respostas.

– Sim: 78,4% ou 29 pessoas;

– Não: 21,6% ou 8 pessoas.

A décima sexta pergunta: “Tem receio de poder adquirir doenças sexualmente transmissíveis com o ou a sua amante?”

Obtive 38 respostas.

– Sim: 94,7% ou 36 casos;

– Não: 5,3% ou 2 casos.

Conclusões:
Como podemos constatar, a maioria dos homens é que respondeu e 50% das respostas estão com idades entre os 26 e os 40 anos. Licenciados e vivem nas zonas urbanas de Angola. Estão em alguma relação e têm já antecedentes familiares de adultério por parte dos pais. São ou têm amantes há menos de 1 ano ou já estão nesta situação há mais de 5 anos. Confessam quase metade das respostas que já tiveram amantes e que contribuíam com 10 a 50.000 Kz por mês, tendo uma média de 1 amante. Aos dias de hoje as contribuições para a relação paralela vão até aos 50.000 Kz por mês. Ter uma amante tem várias explicações: uma alternativa à parceira de casa ou como vício de ter relações de adultério. Dois terços das respostas respondem que nunca foram apanhados(as) pela pessoa com quem têm uma relação séria e manifestamente o medo de engravidar e de apanhar uma doença sexualmente transmissível está bem presente nas respostas.

Assim sendo conclui-se que o adultério é algo bem presente na vida dos angolanos e angolanas e que o rendimento que impacta neste estilo de vida, geralmente, é de até aos 50.000 Kz. A questão é o quanto ganham e quanto partilham com as e os amantes esses rendimentos, que podem colocar em causa a sua vida, da sua família entre outros valores morais, religiosos, éticos, etc.

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4 Comments

4 Comments

  1. Ataíde Estaneslau

    09/09/2022 at 7:34 am

    Um tema bastante pertinente Daniel Sapateiro. Gostei da ousadia.
    Infelizmente é uma realidade no nosso País.
    Quando houver mais desenvolvimento no País ( em todos os aspectos), menos adultério teremos.

  2. Moktar

    09/09/2022 at 12:04 pm

    gostei do tema, é necessário trabalhar no sentido de sensibilizar as famílias que numa relação é preciso amar, dedicação acima de tudo para não dar espaço a uma extra relação conjugal. se assim acontecer vai diminuir as extras conjugais.

  3. Cláudio da Costa

    09/09/2022 at 4:44 pm

    A sua pesquisa é muito interessante e impactante. Essa realidade já testemunhei com os meus amigos da banda e eles acham sendo algo normal. E o adultério, senhor Daniel Sapateiro, está a normaliza-se, se for correcto, falar assim, professor. Mas, é e acontece. Não ousaria mentir porque é assim que a sociedade Angolana se encontra.

  4. Unknown

    09/09/2022 at 6:36 pm

    Em primeiro lugar, seu estudo está muito errado quando diz q é adultério esta é algo presente na vida dos Angolanos.

    Segundo, o número de pessoas que pegou é um sample muito pequeno para concluir tal opinião, e pq q não pega no mesmo número de pessoas e faz o mesmo estudo em Portugal?

    Pvou recordar de uma coisa, os primeiros adultérios na história angolana é mesmo de portugueses, durante a escravatura, antes da independência e pós independência.

    Faça o estudo, pegue o seu sample de expats portugueses ou dupla nacionalidade e vai ver.

    Terceito e não último. O Angolano ou o Africano sempre teve mais do q uma mulher. Coisa q passou a ser diferente com a televisão, influência da Europa e não só, é a independência financeira da mulheres enquanto foram estudar para fora de Afric.

    Áfrika tem uma cultura muito semelhante aos muçulmanos. E ter muitas mulheres na cultura Áfrikana significa puder.

    Seu estudo deve ser feito para a sua realidade.

    Por outro lado, quem duas mulheres seja elas reconhecidas ou não, não gasta apenas 50 mil Kwanzas.

    Parece-me que o seu estudo quer influenciar algum grupo a isso.

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