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Putin ‘indiferente’ à deterioração de seu exército?

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Apesar das sanções, a economia russa resiste, mantendo superioridade a muitas das grandes economias dos 27 Estados membros do bloco europeu. Entretanto, no campo militar, se for desejo do Ocidente, em particular dos EUA, de reduzir as capacidades das forças do Kremlin, como tem vindo a ser acusado, a estratégia está a funcionar, e caso Kamala vença as eleições de Novembro em Washington, a situação pode ficar mais ‘feia’ para a maior potência nuclear do mundo.

O presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, é apontado como ter adoptado uma postura de indiferença em relação à deterioração das suas forças armadas, uma situação que pode reduzir as suas capacidades de fazer face ao exército da Organização do Atlântico Norte (NATO), pelo menos até os próximos dez anos, segundo observação especializada.

Numa altura em que em Angola os partidos políticos se preparavam para aquilo que foi a mais renhida disputa eleitoral de sempre, e no Brasil, o arquivamento do caso triplex contra o presidente Lula da Silva, na Rússia, por ordens de Vladimir Putin, os militares eram mobilizados para iniciar uma guerra de invasão contra a Ucrânia a 22 de Fevereiro de 2022.

Talvez motivado pela perspectiva de comandar uma das maiores e mais tecnológicas forças armadas do mundo, Vladimir Putin mandou para início de conversa na Ucrânia, os operativos bem mais treinados da Rússia, e, fazendo jus ao nome, estes militares rapidamente tomaram várias regiões do país vizinho, além de estremecerem a capital com fortes bombardeamentos.

Os Estados Unidos da América prontificaram-se em salvar o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, retirando-o do país, mas o homólogo de Joe Biden, além de agradecer a solidariedade, sublinhou ao amigo que precisa de armas e não “de uma carona”.

O exército ucraniano conseguiu segurar a cidade, embora Vladimir Putin refere que só se afastaram da capital pelo facto de o Ocidente ter solicitado para dar lugar a negociações.

A guerra já leva 29 meses, e durante boa parte desse período, a Rússia demonstrou supremacia, mas não sem registar perdas, que de acordo com o Instituto da Guerra, têm sido ocultas. E há dados militares de que as perdas humanas do lado russo podem deteriorar em grande medida o seu exército, levando décadas para se recompor.

A perspectiva de que a Rússia esteja a perder fôlego militar ganha ainda mais força com o avanço ucraniano dentro do território russo, tendo ocupado parte significativa de Kursk, provocando uma deslocação significativa de populares russos só registado no período da Segunda Guerra Mundial.

O Ministério da Defesa do Reino Unido, por exemplo, indica que as autoridades russas foram obrigadas a enviar militares de outras áreas de especialização para a linha da frente na Ucrânia, para compensar baixas de Infantaria.

De acordo com a imprensa portuguesa, o mais recente relatório dos serviços de informações britânicos relata dados divulgados por meios de comunicação russos, que afirmam que uma das unidades destacadas por Moscovo para repelir a incursão ucraniana em Kursk é um regimento especializado de Fuzileiros Motorizados composto por pessoal das Forças Aeroespaciais.

O relatório citado revela que o pessoal que integra o regimento de Fuzileiros Motorizados “inclui pessoas que anteriormente exerceram funções especializadas, como operadores de radar de alerta precoce e funções em regimentos de bombardeiros de aviação pesada de longo alcance”.

“O desvio de pessoal destas áreas anteriormente de alta prioridade demonstra provavelmente que a escassez de pessoal permanece. Ao empregá-los em funções de infantaria, também estão a ser mal utilizados, o que poderá reduzir a capacidade da Rússia de recapturar território na província de Kursk”, lê-se.

Moscovo, sublinha ainda os experts no relatório supracitado, está a ser forçado a “reabastecer continuamente o pessoal de Infantaria da linha da frente”, o que, segundo referem, limita a sua capacidade para produzir “unidades de maior qualidade”.

Para diferentes estudiosos, Vladimir Putin deveria encontrar uma forma estratégica, em que evitasse a vergonha do país, mas acima de tudo parar a guerra, e não se ater na velha história de que a Rússia jamais tombara em nenhuma guerra. A insistência em manter a todo custo este legado, dizem os estudiosos, pode levar a um enfraquecimento que pode ser aproveitado pelos seus maiores opositores ocidentais, com os Estados Unidos à testa.