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Putin e Ramaphosa abordam acordo sobre exportação de cereais ucranianos e BRICS
Os presidentes russo, Vladimir Putin, e sul-africano, Cyril Ramaphosa, discutiram hoje a questão sobre o acordo de exportação de cereais ucranianos através do mar Negro e os preparativos para a cimeira dos BRICS, anunciou o Kremlin.
Segundo um comunicado da Presidência russa, Putin disse a Ramaphosa que as obrigações estabelecidas pelo pacto relactivamente à “remoção de obstáculos à exportação de alimentos e fertilizantes russos ainda não foram cumpridas”.
Além disso, “o principal objectivo do acordo, o fornecimento de cereais aos países necessitados, incluindo os do continente africano, não foi concretizado”, acrescentou o comunicado divulgado pela Presidência Kremilin.
O acordo sobre a exportação de cereais através do mar Negro expira na próxima segunda-feira, 17, mas a Rússia ainda não se pronunciou sobre a sua eventual prorrogação.
Os dois líderes também discutiram os preparativos para a próxima cimeira dos BRICS [Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que se realiza em Agosto próximo em Joanesburgo.
“O Presidente sul-africano deu informações sobre os preparativos para a cimeira dos BRICS, prevista de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo”, lê-se na nota oficial, que indica que a conversa entre Putin e Ramaphosa foi por iniciativa do Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa.
Anteriormente, Ramaphosa tinha afirmado que a cimeira seria presencial, sem mencionar a situação em torno do mandado de captura de Putin emitido pelo Tribunal Penal Internacional.
Entretanto, o Kremlin disse esta semana que Vladimir Putin ainda não tinha tomado uma decisão sobre o formato em que participará na reunião.
De acordo com o comunicado presidencial russo, Putin e Ramaphosa terão um encontro bilateral em São Petersburgo, na Rússia, no final de Julho, no âmbito da segunda cimeira Rússia-África que a cidade russa acolherá.
Os dois líderes tiveram a oportunidade de se encontrar em São Petersburgo em Junho último, quando Putin recebeu uma delegação africana chefiada por Ramaphosa para discutir o conflito na Ucrânia e conhecer a sua iniciativa de paz de 10 pontos.
O plano africano contempla uma resolução pacífica do conflito, negociações de paz, desanuviamento de ambas as partes e o reconhecimento da soberania dos países de acordo com a Carta das Nações Unidas e os seus princípios.
Prevê igualmente garantias de segurança para todos, bem como o levantamento dos obstáculos à circulação de cereais e fertilizantes dos dois países, e apoio humanitário às vítimas do conflito, incluindo crianças, que “se tornaram reféns” e “devem regressar” às suas casas.
A iniciativa de paz dos países africanos inclui também a troca de prisioneiros e a “reconstrução pós-guerra” da Ucrânia.
O Kremlin garantiu que a discussão deste projecto continuará durante a cimeira Rússia-África em São Petersburgo.