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Putin diz a Merkel que é “inadmissível” acusar a Síria do ataque químico
O presidente russo, Vladimir Putin, disse hoje que é “inadmissível” acusar a Síria de um novo ataque químico contra a população civil, em conversa telefónica com a chanceler alemã, Angela Merkel.
“A parte russa destacou que são inadmissíveis as provocações e especulações a esse respeito”, informou o Kremlin em comunicado.
Segundo a nota oficial, Putin “trocou pontos de vista” com Merkel sobre as acusações contra o regime de Bashar al Assad por um suposto ataque com armas químicas contra o bastião opositor de Douma.
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) já começou a investigar o suposto ataque governamental, no qual no sábado teriam morrido pelo menos 42 civis e outros 500 teriam ficado feridos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responsabilizou no domingo o chefe do Kremlin e o Irão de “apoiar o animal de (Bashar al) Assad”, enquanto o Pentágono não descartou ações militares contra a Síria.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou hoje que especialistas russos não encontraram restos de substâncias químicas em Douma.
“Os nossos especialistas militares já estiveram nesse lugar, tais como os representantes sírios do Crescente Vermelho (…) Não encontraram lá nenhum rastro do uso de cloro ou do uso de outra substância química contra civis”, disse Lavrov à imprensa.
Além disso, o Centro de Reconciliação Russo na Síria emitiu um comunicado no qual os médicos do hospital de Douma disseram que não tinham admitido nenhum doente com sintomas de intoxicação química.
A Proteção Civil da Síria, também conhecida como os “capacetes brancos”, e a ONG Sociedade Médica Síria Americana denunciaram que as forças leais ao ditador perpetraram no sábado um ataque químico em Douma.
A organização não governamental, que mostrou fotos de cadáveres, muitos deles de crianças, e estimou que as pessoas as afetadas pelo ataque rondam as centenas, assegurou que “um helicóptero atirou um barril bomba que continha um agente químico sobre Douma”.
A agência oficial síria, SANA rejeitou qualquer responsabilidade das forças sírias e assegurou que “as denúncias do uso de substâncias químicas em Douma são uma tentativa clara de impedir o avanço do Exército”.
Angencia EFE