Politica
PRS diz que situação social no Huambo piorou nos últimos três anos
“A falta de escolas e medicamentos nos hospitais, o mau estado das vias rodoviárias, ex-militares a comer restos nas lixeiras e camponeses sem meios agrícolas para produzir”, preocupa a direcção do Partido de Renovação Social (PRS), na província do Huambo, segundo o seu secretário, António Soliya.
Falando em conferência de imprensa, realizada nesta quinta-feira, 01, António Soliya lamentou e responsabilizou o governo local pela actual situação social e económica desta região do país.
“É notória a situação económica dos angolanos em particular da nossa província, tanto para os que trabalham, mais difícil ainda para os que não trabalham”, lamentou e culpa o Governo por “alargar a base tributária e o endividamento, que provocam a subida dos preços”, frisou.
O político dos renovadores sociais aponta o IVA e o IRT como dois dos principais factores da degradação das famílias. “Primeiro começaram com o IVA, que na sua implementação causou o aumento brutal dos preços dos produtos da cesta básica. De seguida, criaram o IRT, para tirar dinheiro do funcionário público, preenchendo a lacuna que causaram com os desvios do erário público sacrificando as famílias”.
Soliya disse que em três anos de governação, a província do Huambo teve três governadores, afirmando que a antiga “Nova Lisboa”, “Cidade vida”, “Cidade limpa” ficou apenas nos panfletos colocados nas ruas, para “inglês ver e sair pela televisão, mas quem anda um pouco pelo Huambo vê a triste a realidade”, comentou.
O dirigente partidário fez saber que ao longo desse tempo a província do Huambo está mergulhada em escândalos de corrupção, nepotismo, bajulação e tráfico de influência, que diz ter se “instalado como herança”.
“Pessoas que fazem parte do Governo no Huambo, fazem negócio consigo mesmos, colocando as suas empresas a executarem obras do Governo”, denunciou.
Quanto ao nepotismo, Soliya fez saber que “colocaram os seus familiares nos gabinetes”, tendo considerado a “bajulação um dos vícios visíveis naquela estrutura governamental, sobretudo com a nova direcção”, disse e acrescentou que no Huambo há tráfico de influências para cargos de chefias “entre compadres, comadres e madrinhas se chamam até nas igrejas para acertar os lugares das próximas nomeações”, finalizou.
Ano lectivo
Quanto ao reinício das aulas, o líder do PRS no Huambo, aconselha aos pais e encarregados de educação o redobrar no acompanhamento e fiscalização porque com os casos de coronavírus em Angola, “todo cuidado é pouco”.
“As condições que estudam os filhos deles, não são as mesmas que os nossos filhos estudam. É pena que alguns pais terão que escolher se vão a procura do que os filhos deverão comer, por meio da zunga, ou hão de acompanhar os mesmos nas escolas”.
Para Soliya, “perderam tempo em desviar o erário público no exterior”. Hoje, “os cidadãos é que pagam as consequências” e acrescenta que os “dinheiros que estiveram destinados para termos escolas em condições, desapareceram nos cofres do Estado”.
“Quem conhece a verdadeira Angola, conhece também as fragilidades das infra-estruturas escolares que temos no Huambo, sem água, sem wc, aulas ao relento, mais de cem alunos numa só sala, dentre outras”, sublinhou.