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Protestos na Catalunha cortam autoestrada em direção a Barcelona
Os Comités de Defesa da República (CDR), grupos de auto-organização popular, cortaram esta segunda-feira de manhã a Autoestrada A2 junto a Alcarras, na província de Lleida, noroeste de Espanha, em direção a Barcelona, informou o Serviço de Tráfego catalão.
De acordo com a mesma fonte, o grupo voltou a cortar a A2 cerca das 7:00 de hoje. O Serviço de Tráfego catalão aconselha os automobilistas a desviarem os seus veículos no quilómetro 488, propondo como alternativa a AP-2 em Soses.
No domingo, nove pessoas foram detidas e pelo menos 98 pessoas, incluindo 13 polícias, ficaram feridas em confrontos entre autoridades e manifestantes contra a prisão do político independentista catalão Carles Puigdemont.
Em frente à delegação do Governo e em várias ruas de Barcelona, em que manifestantes incendiaram dezenas de contentores de lixo, a polícia regional fez nove detenções por atentado à autoridade e identificou várias pessoas que estavam nas manifestações convocadas pelos autodenominados Comités de Defesa da República, incluindo um agente da polícia catalã que não estava de serviço.
Os comités desconvocaram ao fim da noite os protestos em Barcelona, mas os confrontos com a polícia persistiram, com contentores queimados, barricadas nas ruas e arremesso de objetos contra os polícias.
A polícia antimotim carregou várias vezes sobre os manifestantes para os dispersar, acabando por quebrar o cerco ao edifício da delegação do Governo central de Madrid. Puidgemont foi detido no domingo pela polícia alemã junto à fronteira com a Dinamarca no cumprimento de um mandado de detenção europeu emitido pela justiça espanhola.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal espanhol acusou de delito de rebelião 13 separatistas pela sua participação no processo de independência da Catalunha, entre os quais o ex-presidente do executivo regional Carles Puigdemont, fugido na Bélgica.
Carles Puigdemont é acusado de ter organizado o referendo de autodeterminação de 1 de outubro de 2017, apesar de este ter sido proibido por violar a Constituição espanhola. A 27 de outubro de 2017, Madrid decidiu intervir na Comunidade Autónoma, através da dissolução do parlamento regional, da destituição do executivo regional e da convocação de eleições regionais que se realizaram a 21 de dezembro último.
O bloco de partidos independentistas manteve uma maioria de deputados no parlamento regional e está a ter dificuldades para formar um novo executivo.