Sociedade
Proliferação de igrejas em Angola são consequências da governação do MPLA – Jornalista Carlos Alberto
O jornalista Carlos Alberto considera o fenômeno proliferação de igrejas em Angola, como consequências de governação do MPLA, durante os 38 anos de consulado de José Eduardo dos Santos.
Segundo Carlos Alberto, as pessoas não devem ter medo de apontar os culpados deste fenômeno, que é um facto, e é constatável em quase todo País.
“Eu não ando muito preocupado com a proliferação de igrejas em Angola, como tal.
“As pessoas têm medo de apontar culpados. Este fenómeno tem nome: consequências da governação do MPLA nos 38/39 anos de JES.
Um povo que não tem educação de qualidade é um povo vazio, vulnerável a seguir qualquer vento com cheiro bíblico. E a fé, como dizem os cristãos, não se discute. Quem tem de resolver este problema, de forma profunda, atacando a sua raiz e não os frutos, é quem o provocou: a governação do MPLA, a mesma que está no poder desde a Independência. A minha maior preocupação neste momento é a divulgação (publicitação) do que as igrejas fazem nos órgãos de comunicação social, incluindo a TPA, órgão que, por sinal, divulgou uma reportagem sobre as igrejas, sem rigor jornalístico. O que mais me inquieta é o silêncio dos órgãos que têm a missão de regular os conteúdos divulgados na imprensa: Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA), para todos os órgãos públicos e privados, como determina a Lei de Imprensa, e o Ministério da Comunicação Social, como determina a mesma Lei n.°1/17, de 23 de Janeiro. O Executivo tem a responsabiidade de corrigir o que andou a fazer mal desde a Independência e os reguladores da Imprensa têm a responsabilidade de regular e supervisionar todos os conteúdos, incluindo os das igrejas (todas e não apenas as seleccionadas a dedo pela TPA), que são divulgados nos órgãos de CS. Nós só podemos evoluir se cada um fizer bem o seu papel. O silêncio da ERCA e do MCS sobre o assunto “igrejas na imprensa” constitui a minha maior preocupação. Não acho que seja um silêncio normal. Há qualquer coisa que não bate certo na minha equação. Escreveu o Jornalista na sua página das redes sociais.
O fenômeno proliferação religioso em Angola e o surgimento de diversas congregações e seitas religiosas, tem sido tema recorrente de acesos debates por parte da sociedade civil, e especialistas de vários saberes, onde muitas das vezes são apontados os desvios de interpretação de textos bíblicos, e a situação de pobreza em que se encontram ainda muitos angolanos, como sendo as causas de aproveitamento de pretensos pastores, que à todo custo mobilizam pessoas, com promessas de poderem resolver os seus problemas em caso de aderirem às suas seitas.