Opinião
Programação de Natal e o “capote” da ZAP Viva
Há muito que, com precisão e ao detalhe, deixamos (plural de cortesia) de seguir, os meandros dos órgãos de comunicação social, independentemente da sua natureza e missão.
Ainda assim, neste 25 de Dezembro, nascimento de Cristo, pelo menos para nós os cristãos (católicos), fruto de termos estado em casa mais horas e quase que, totalmente disponíveis, aprecamis aos programas que os órgãos nacionais (TV) engendraram, em face da efeméride do natal que, como sabemos, é a maior do ponto de vista do simbolismo cristão.
Este exercício, básico para qualquer jornalista, pensamos nós, serviu para cimentar uma tese propalada pelo nosso amigo jornalista, Coque Mukuta e seguida, fielmente, por nós, segundo a qual – feita a defesa da monografia e/ou tese de licenciatura, mestrado, doutoramente, ninguém passa pelas ruas, por exemplo, a mostrar que durante à formação foi um excelente estudante, que todos os anos fez parte do quadro de honra e, por esta via, seja merecedor de respeito, reconhecimento da sua qualidade enquanto quadro, altamente, qualificado.
Longe disso, infelizmente…
O que é prático, verdadeiro e actual, se funda na ideia de que, após a formação, quaisquer que tenham sido às notas, opiniões brilhantes tecidas em sala de aulas, nos corredores, entradas ou saídas de bibliotecas, como fazíamos, sempre, com os drs., Altino Kapalakayela, hoje juiz, Hélder Catanha, Marcolino Baptista, Adriano Kubanga, Samora, Procuradores, Amarante Kapusso, Daniel Mateus, Advogados, Cinco Reis, Conservador e outros, durante às aulas, estejamos a altura das exigências do mundo real.
Cimentamos tal ideia porque, de facto, a avaliação pública, a que estamos, todos, sujeitos, é feita no momento dos factos, do desempenho e sem a possibilidade de retrospectiva do ponto de vista da formação.
Conta, isso sim, é o hoje e amanhã, porquanto a resolução de problemas concretos – fim último do conhecimento apreendido durante aquelas altas notas e o quadro de honra – deve ser a meta atingida.
Isto exige que, os resultados do nosso trabalho sejam, sempre, visíveis – mesmo que não os publiquemos por via mediática.
Sejam palpáveis, consumidos e, portanto, requer inovação, invenção, criatividade e visão.
Tais qualificações são vistas, às vezes, pelo que fazemos em momentos de “crise” (entendamos por crise os períodos temporais extraordinários, como às datas de comemoração ou Estados extraordinários, do ponto de vista jurídico-administrativo).
O natal é, detremente, uma destas datas, com o agravante de sermos (nós angolanos) maioritariamente cristãos.
Porém, esta “crise” do natal impera a, quase, todos nós a adopção de programas, igualmente, extraordinários, sendo os órgãos de comunicação social partes do todo.
Dito isto, voltemos, então, à programação dos quatro principais canais televisivos, mormente, a TPA 1 e 2, TV Zimbo, ZAP (Zap Viva, que detém a maior parte da programação dirigida ao público interno).
Vista e revista depreendemos que, a TPA, no seu principal canal, 1, preencheu o espaço nocturno do natal com um programa de música gospel, portanto, já existente na programação, cujo cenário é zero, em nosso entender, se olharmos para a dimensão da “crise”.
A TPA 2, um canal que carece de definição, no geral, avançou, no mesmo período, um filme cujo conteúdo e natureza dispensamos aclarar.
A TV Zimbo, uma das novas aquisições do Governo, recorreu ao seu arquivo onde retirou um “Sons do Atlântico”, produzido com os lendários do nosso tempo, SSP, de Big Nelo, Jeff, Kudy e Paulo.
A Zap Viva, como dissemos, o canal em que encontramos uma programação mais nacional e para os nacionais preparou um espaço a que entendeu chamar, e muito bem, por Especial Natal.
Este estágio permite-nos aferir, desde logo, quem, de facto, deixou o brio das notas, do quadro de honra, das conversas de corredor e salas de aulas, na escola.
Quem, efectivamente, aproveita a prática para revelar que na escola aprendeu a inovar, criar, inventar e a colocar às notas na inovação e, por conseguinte, resolver problemas concretos que, no caso, é proporcionar aos telespectadores uma programação extraordinária já que, como dissemos, o momento de “crise” como é o natal requer isso.
Para mais, quem, dentre os canais em avaliação, demonstrou esta criatividade, inovação, por ter colocado às “notas, altas ou baixas, quadro de honra ou não” em acção é a ZAP, que com o seu especial de Natal, transformando a espectacular mulher, Ary, numa exímia intérprete de canções do mundo gospel, mergulhada num cenário de alto nível, com segmento à efeméride, fez diferença.
É desta forma que mostramos o que valemos, o que somos capazes de fazer, os níveis de reflexão e de profundidade em termos de pensamento e da elasticidade mental que, como sabemos, ganhamos ou deveríamos ter adquirido durante o tempo da mossa formação.
É desta forma que o público atento avalia a inteligência, intelectualidade, o saber fazer de quem tem às mãos instituições para gerir, como é o caso das TV que estamos a observar.
Enfim, não conheço o funcionalismo administrativo da Zap, no todo, não conheço a sua estrutura, dinâmica interna, mas como consumidor, jornalista interessado na gestão de media, acompanho o que fazem e, já agora, digo que aprecio o trabalho que fazem, pelo que aproveito felicitá–los, pois, como exemplo, fizeram diferença na programação sobre o nascimento do “menino Jesus” e, por isso, podemos afirmar que “NA PROGRAMAÇÃO DE NATAL SERVIU PARA A ZAP DAR UM “CAPOTE” AOS CONCORRENTES”.