Economia
Produção de petróleo contraiu 4,62% seguindo o percurso de queda em catadupa
Presente realidade negativa na produção do ouro negro contraria o optimismo do Governo de aumento na produção para até 2 milhões de barris/dia, além de pôr em causa a decisão das autoridades de abandonar a OPEP, face à ambição de querer produzir além do permitido pelo cartel.
A produção petrolífera angolana, de acordo com a análise diária publicada ao fim da semana passada, dos expert do Banco Millennium Atlântico, fixou-se em 1,073 milhões barris/dia em Abril, representando assim uma queda mensal de 4,62%, configurando na maior redução apurada desde Novembro 2023, altura em que a produção caiu 5,58% para 1,083 milhões barris/dia.
“A produção de Abril fixou-se abaixo dos 1,129 milhões barris/dia previstos, o que poderá ser justificada pelo aumento no número de trabalhos realizados nos poços que passaram de 21 para 25 poços, com destaque para as intervenções em poços produtores, com 6 intervenções em Abril contra 4 intervenções no mês anterior”, lê-se na nota da referida entidade financeira.
De Janeiro a Abril deste ano, o gráfico da produção aponta para uma queda mensal bastante sentida, sendo que no primeiro mês do ano a produção petrolífera fixou-se em 1,138 milhões de barris/dia, tendo conhecido uma descida para 1,112 milhões, em Fevereiro. Em Março houve uma melhoria para 1,125, e, em Abril, caiu para 1,073 milhões de barris.
Os números, entretanto, contrariam o optimismo do Governo que prevê a curto prazo um aumento na produção para até 2 milhões de barris/dia, além de pôr em causa a decisão das autoridades de abandonar a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), face à ambição de querer produzir além do permitido pelo cartel.
De referir que em Fevereiro deste ano, em conferência que visou assinalar os seus cinco anos de existência, a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) anunciou, para os próximos tempos, um aumento na produção petrolífera que pode chegar aos 2 a 3 milhões de barris/dia, contra os 1,1 milhões que eram produzidos na altura.
Os responsáveis da instituição justificaram o optimismo com o investimento no sector na ordem dos 96%, bem como a entrada em funcionamento de mais de 30 poços, a existência de sondas em perfuração.