Politica
“Processo contra general da UNITA é precipitado”, diz AJPD
A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) considerou esta quarta-feira, 14, que o processo contra o general da UNITA Abílio Kamalata Numa, constituído arguido por crimes de ultraje ao Estado angolano “é precipitado”, por levantar suspeitas sobre a causa da morte de uma alta patente militar.
De acordo com o presidente da referida Associação, Serra Bango, se no texto do general na reserva Kamalata Numa, levantava apenas suspeições, sem afirmar categoricamente que o general Kamorteiro tinha sido vítima de envenenamento praticado por agentes do Estado e não pelo Estado, enquanto instituição, a perspectiva “é diferente”, tendo frisado que em Angola existem várias situações em que cidadãos foram mortos por acção de agentes do Estado.
Serra Bango deu como exemplos os casos de Isaías Cassule e Alves Kamulingue, activistas mortos em 2012 por supostos membros do Serviço de Informações angolano.
Referir que, o General Abílio Kamalata Numa, foi ouvido esta terça-feira, 13, pela Procuradoria-Geral da República. Em causa estão alegados crimes de ultraje ao Estado, seus órgãos e símbolos contra o general (na reserva) da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), devido a um texto que publicou sobre a morte, em 27 de Novembro de 2022, do antigo Chefe de Estado-Maior General Adjunto para a Área Operacional de Desenvolvimento das Foças Armadas Angolanas, general Abreu Kamorteiro, levantando suspeitas sobre as causas do seu falecimento.
Para Serra Bango, não há mal nenhum que as pessoas levantem suspeições quanto à morte ou um facto que tenha ocorrido sobre um cidadão.
“Aqui não me parece que haja ultraje aos símbolos do país, temos vários exemplos desses”, referiu Serra Bango.
Serra Bango disse, igualmente, que os angolanos estão a viver momentos de muita intimidação, que fazem recordar os últimos anos de mandato do ex-presidente angolano já falecido José Eduardo dos Santos, no que diz respeito a aprovação de leis, como também no uso do poder judicial para intimidar os cidadãos.