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Primeiro-ministro irlandês renuncia ao cargo
O primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, renunciou hoje ao cargo, mas anunciou que permanecerá como chefe do Governo até à formação de um novo executivo, na sequência de umas eleições legislativas nas quais nenhum partido obteve maioria.
“Leo Varadkar anunciou a renúncia ao Presidente irlandês [Michael Higgins]. De acordo com a Constituição, o Taoiseach [termo na língua gaélica irlandesa utilizado para designar o primeiro-ministro] e o Governo continuarão a exercer funções até à nomeação de sucessores”, anunciou o gabinete do chefe do executivo irlandês, citado pela agência France-Presse.
A renúncia de Varadkar era esperada, uma vez que o partido centrista Fine Gael foi o terceiro partido mais votado nas eleições legislativas de 08 de fevereiro, com 20,9%.
Nenhum partido alcançou a maioria de 80 deputados necessária para governar sozinho.
O Sinn Fein, partido mais votado, elegeu 37 deputados, o Fianna Fail 38, e o Fine Gael (centro-direita), do primeiro-ministro, Leo Varadkar, 35.
O partido republicano irlandês Sinn Fein já desafiou o Fianna Fail (centro-direita) para discutir uma coligação de governo, depois de se ter reunido com pequenos partidos como os Verdes, que elegeram 12 deputados, o Solidariedade-Povo antes do Lucro (cinco) e o Partido Trabalhista (seis).
Mary Lou McDonald admitiu existirem “fortes incompatibilidades” no programa dos dois partidos, mas defendeu que a Irlanda necessita de um “governo de mudança” para responder aos problemas da população.
O líder do Fianna Fail, Michael Martin, tinha afastado a possibilidade de uma coligação com o Sinn Fein, antigo braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), e, segundo o jornal Irish Times, deve manter essa recusa numa reunião com os seus deputados eleitos.
A expressiva subida do Sinn Fein, que passou de 13,8% dos votos nas legislativas de 2016 para 24,5% nas eleições de 08 de fevereiro, mudou a cena política irlandesa, depois de um século de partilha do poder na Irlanda entre o Fianna Fail e o Fine Gael.