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Primeiro-ministro da Etiópia apresenta demissão após violentos protestos

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O primeiro-ministro disse ter tentado um último esforço para resolver a crise no país e agora apresentou uma carta de resignação como parte da solução”, indicou a cadeia de televisão Fana que, citando fontes oficiais, referiu que não está claro se a Câmara de Deputados irá aceitar a demissão.

A Etiópia tem sido assolada nos últimos meses por protestos e manifestações a exigir maiores liberdades, iniciativas reprimidas pelas forças de segurança e que causaram a morte a dezenas de etíopes e a detenção de milhares de outros.

Nas últimas semanas, o Governo da Etiópia, país que tem uma das economias que mais rapidamente crescem em África, decidiu libertar cerca de 6.500 detidos, entre dirigentes da oposição, jornalistas e destacados académicos e intelectuais.

A libertação foi feita em janeiro pelo próprio primeiro-ministro etíope, decisão que surpreendeu o país, tanto mais que o argumento utilizado, após meses de repressão, foi o de querer “alargar o espaço democrático a todos” os cidadãos.

Segundo a Fana, Desalegn, 53 anos, irá continuar em funções até à conclusão do processo de transição, ao mesmo tempo que deixará também funções de deputado do partido Frente Revolucionária e Democrática Popular Etíope (EPRDF, na sigla inglesa).

A contestação e a luta por maiores liberdades na Etiópia começaram em 2015 e, inicialmente, envolveram apenas as populações das províncias de Oromia e de Amhara antes de se espalharem ao resto do país, obrigando à imposição do Estado de Emergência.

O Governo etíope é acusado há muito por várias organizações internacionais de prender jornalistas críticos ao regime e de dirigentes da oposição “apenas por serem desfavoráveis” ao executivo.

Desalegn, que foi secretário-geral da União Africana em 2013, está no poder desde 2012, após a morte do antigo presidente e ditador Meles Zenawi, de quem foi ministro dos Negócios Estrangeiros e depois vice-primeiro-ministro, antes de assumir a chefia do executivo.

O presidente da Etiópia, Mulatu Teshome Wirtu, no cargo desde 2013, ainda não se pronunciou sobre a demissão de Desalegn.

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